Páginas de papel magnético...

25 de abril de 2012

Ela não gosta mais de mim - parte 2

Chegamos a mais um aeroporto, a mais um país, a mais um diferente mundo.
Charllote sempre mantia o sorriso no lábio fino e felino. Olhava pra todos os lados, ansiosa estava, a procura de Louis; quando ela o encontrou distraído olhando os aviões pela vitrine transparente, parecia ter até se emocionado; há apenas três dias que não o viamos.
-Louis!-. Ele se virou, sorridente; abraçou Charllote e lhe deu um beijo na bochecha, ela esperava mais dele, mas apenas sorriu educadamente. Aproximei dele com um sorriso educado, ele me puxou pelos ombros e me abraçou carinhosamente, ele estava quente e cheiroso, me senti terrivelmente atraída; me soltei dele antes que Charllote me puxa-se.
-Hoje iremos jantar no restaurante de um amigo meu, espero que não estejam exaustas da viagem, adoraria apresentá-las a ele! -. Ele havia olhado primeiramente pra Charllote, mas virou o olhar pra mim, um olhar discreto e misterioso, bastou isso pra ela ficar atenta e enciumada.
-Bom então vamos; quero estar esplêndida está noite! -. Ela agarrou o braço de Louis, como se recea-se perde-lo, e o puxou, desviando seu olhar, de mim, pra ela. Eu estava atrás deles, cabis baixa; Charllote falava sem parar do encontro que teve com a baronesa de sei lá da onde, e de vez em quando me olhava, como se falasse com os olhos ''Fique bem calada, não quero ouvir nem um suspiro!''. Eu me perguntava se alguma vez depois dos meus dez anos ela gostou de mim; sim, pois quando eu era mal formada e mal informada, ela só tinha olhos pra mim, me mimava, me adorava como uma verdadeira mãe. Mas quando eu tinha onze anos, nas férias de outono, passada na casa de campo em Bellarus, acabei totalmente com suas relações íntimas com papai, tendo pesadelos e sonhos esquisitos; quem ia me socorrer era ele, sempre tão atensioso e amável comigo, às vezes ela se zangava e gritava com ele, mas ele se distanciava e vinha ao meu encontro, fazendo-a se trancar e se calar em seu quarto.
Uma grande limusine prata estava parada a minha frente, o motorista pegou minha mala; Charllote já estava acomodada lá dentro, Louis encostou a mão em meu ombro desnudo, sua mão quente e gentil apertou-me.
-Vamos? -. Acenti que sim e entrei. Sentei no meio dos dois; Charllote falava com vovó no celular tentando ser o mais silenciosa, para nos não ouvirmos; Louis encostou o joelho no meu e sorriu; o que ele queria? Sempre havia algo escondido por trás de seus gestos.
-E então Farell como forão esses três dias sozinha com sua mãe? -. Fiquei tensa, e figindo sorrir disse:
-Bom, forão um pouco cansativos-.
-Pra mim forão agradáveis, nada melhor do que fazer compras em Paris... -. Ela continuou a falar das suas adoráveis compras, ele ainda me olhava, parecia sentir a mesma coisa que eu, nossas vozes sempre seriam um nada perto da de Charllote, mas por que ela o amava tanto, se sempre lhe tratava com inferioridade; eu não entendia, e por que ele ainda continuava com ela, tinha respeito e fidelidade com Charllote, mas não parecia amá-la, nem se quer demonstrava seus sentimentos.









                                                                                              

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