Páginas de papel magnético...

20 de maio de 2012

Primeiro presente - parte 9

Um minuto pra nove horas, meu peito pula com as batidas desenfreadas do meu coração; bateram na porta e Antonieta foi atender; o que eu ia fazer com ele, não disse que era um jantar ou coisa do tipo, disse apenas que não queria ficar sozinha, e agora?.
-Boa noite senhorita Marc! - Fiquei imóvel na frente dele, não consegui sorrir direito e ele riu -Espero que não se importe mas, comprei um presente pra você! -. Ele me comprou delicadas luvas de renda bege, perfeitas eu diria, sorri feliz com o belo presente.
-Muito obrigado senhor Henry, eu as adorei! Podemos conversar na biblioteca? -. Ele sorriu e me seguiu até lá; tranquei a porta e ele não percebeu. Sentamos no sofá, ele estava calmo, apenas me olhava risonho, então ele disse:
-Não consigo acreditar que você irá embora amanhã; sentirei tantas saudades de você, Marc- Ele estava triste, me olhava com medo da nova perda- Por que não me visitou depois daquele dia em que estive aqui? -. Desviei o olhar pra janela, sorri sem notar que ele me observava atentamente.
-Tive que estudar muito e minha mãe me levou a alguns desfiles, então fiquei sem tempo, me desculpe-. Ele ainda me olhava, espero que tenha acreditado, não vou contar a verdade, nunca.
-E quando você partir, como posso me comunicar com você, Marc? -. Olhei pra ele, nunca tive um celular, não posso dar o número do nosso próximo hotel e se Louis atendesse.
-Me dê o número do seu celular e do restaurante! Prometo ligar sempre que eu tiver um tempo livre-. Ele sorriu animado, sorri tímida; dei-lhe um papel e ele escreveu seu número.
-Pena que não serei beijado quando você desligar- Sorrimos, ele não se esquecera, que bom -Me desculpe dizer isso, mas não suporto a ideia de ter você longe de mim- Ele segurou minhas mãos, fiquei tensa e minhas bochechas coraram, pois as senti quentes -Acho melhor eu não fazer isso, se não ficarei sem suas ligações, o que já seria muito triste pra mim-. Ele soltou minhas mãos; algo em mim o queria, e agora.
-Eu o quero... Senhor Henry... Agora, antes deu ir embora amanhã -. Falei nervosa e as palavras saíram fracas, mas ele ouviu, e sorriu.
-Posso tocá-la? -. Balancei a cabeça que sim; ele acariciou meu pescoço suavemente, repousou a mão em meu queixo e puxou-me calmamente para si; seu lábio tocou no meu, ele estava quente, fiquei arrepiada e afastei-me dele, ele sorriu pra mim.
-Marc eu quero você; quero seu corpo, seu cheiro, seu âmago!!! -. Sorri discretamente e ele percebeu, levantou meu queixo, fazendo-me olhar naqueles olhos sedutores e engraçados. Eu não sei por que, mas eu queria mais, queria ao menos uma vez.
-Posso brincar com você? -. Minha pergunta soou meio desajeitada, mas ele sorriu que sim. Sentei em sua virilidade, ele passou a mão em minhas pernas dobradas ao lado de seus quadris; beijei seu pescoço, meus suaves lábios o deixaram excitado, beijei novamente e senti algo ficar rígido no meio das pernas dele, sorri sem ele ver e lhe beijei o lábio, aquilo ficou grande, ele passou os braços em volta da minha cintura e me apertou gentilmente, eu o havia deixado excitado e aquilo também me deixava excitada, pois estava roçando minha calcinha, ele me movimentou e eu gemi em seu ouvido, deixei-o mais excitado ainda, sua respiração ficou alterada e ele riu baixinho, mas eu pude ouvir.
-Por que Marc? Por que faz isso com um homem que não sabe quando à vera novamente? -. Olhei em seus olhos, estavam alegres, mas receavam me deixar, sorri alegremente.
-Quero deixar-lhe feliz uma última vez, tudo bem? Sei que é esquisito, mas gosto de você, senhor Henry! -. Henry parecia que ia explodir de felicidade e eu também, ainda sentia aquilo roçar-me; ele me beijou novamente, depois beijou meu pescoço, eu gemia baixinho e minha respiração ofegante o fazia sorrir. Discretamente abri o botão da sua calça, depois o zíper; ele me olhou um pouco surpreso, uma garota da minha idade não deveria saber dessas coisas, mas Charllote me ensinou o suficiente pra deixar um homem feliz.
-Marc, você é apenas uma garota, não sei se devo fazer isso com você-. Sorri sedutora e sai de cima dele, na frente dele tirei as ankle boots, as meias, e depois o vestido; ele ficou surpreso com meu corpo já adulto, de uma perfeita mulher em uma delicada jovem. Sentei nele e comecei a desabotoar sua blusa social branca, ele passou as mãos em minha cintura, me deixando quente e ele mais excitado, eu sorria alegre e ele apenas me observava; para um homem de quarenta anos ele estava muito em forma, deve ir a academia diariamente.
-Tem certeza de que quer fazer isso Marc? Não quero que se arrependa depois-. Sorri perfeitamente decidida.
-Nunca me arrependerei de fazer isso com você! -. Ele sorriu, como se algo dentro dele houvesse se emocionado com minhas doces palavras. Ela batia na porta rapidamente, o sinal.
-Obrigada Antonieta! - Vesti o vestido- Eles chegaram!!! -Nos arrumamos e saímos da biblioteca.
-Olá Henry! Marc faça-nos o favor de ir para seu quarto- Olhei pra Henry que sorriu, então eu fui, levando junto Antonieta- Charllote você também, quero conversar a sós com Bernard- Ela olhou-me com raiva e foi para nosso quarto- Por que Henry? Poderia ter escolhido qualquer uma no mundo, mas por que Marc? -. Henry não teve coragem de me encarar, e quem teria?.
-Não consegui controlar meus sentimentos, ela se parece tanto com Victoria! -.
-Sinto muito mas ela não é Victoria, e nunca será; então trate de esquecê-la e nunca mais procurá-la!!!-. Se Charllote ouvisse, tudo estaria acabado. Estou furioso, como minha pequena e amada Marc pode fazer isso? Como?. Henry apenas me olhou com raiva e tristeza, e foi embora, só espero que seja pra sempre.





Me acompanhe, pra sempre... - parte 8

Louis não conseguia demonstrar mais alegria e Charllote estava se exaltando cada vez mais com ele, mas ao invés de vir ao meu encontro depois das brigas, ia se esconder na biblioteca pois sabia que ela não entrava lá, nem arrastada.
-Mamãe posso visitar o senhor Henry, no restaurante? -. Fiquei em pé, enquanto ela estava sentada confortávelmente em uma das cadeiras da grandiosa varanda; ela me olhou por cima dos óculos e com seu atraente sorriso felino disse:
-Leve Antonieta com você, ela agora é sua ama, e como estamos de partida amanhã, eu e Louis iremos ao teatro e depois iremos jantar em algum restaurante fino e novo, chegaremos um pouco tarde, se quiser convidar Henry para lhe fazer companhia, tem minha permissão e não conte a Louis, tudo bem querida? -. Ela me sorria, mas apenas por que iria sair com Louis e não me levaria junto e concerteza ela iria seduzi-lo e leva-lo a outro hotel.
-Obrigada mamãe, e não irei contar nada ao papai. Posso ir agora, vê-lo? -. Ela acentiu que sim e sorriu, sorri-lhe alegremente e sai a procura de Antonieta, que estava na cozinha e se surpreendeu com minha ida até ela. Disse-lhe que era minha ama e que iria comigo até o restaurante, mas não iria como minha ama, iria como minha amiga e se quisesse poderia pegar um de meus vestidos pra ela, já que ela tinha apenas roupas de camareira, ela aceitou com um belo sorriso.
Fiquei nervosa quando a limousine parou em frente ao restaurante, não parecia haver muitas pessoas, o que seria bom, mas e se ele não estivesse? Antonieta pediu ao motorista que nos esperasse perto dali, e me olhou como se perguntasse ''Vamos?'', era uma pergunta simples, mas de diferentes resultados. Entramos, logo vi ele, estava vestido perfeitamente para o dia lindo que estava fazendo, meu coração batia forte; Antonieta me conduzia calmamente por entre as mesas; ele nos viu e ficou surpreso, mas logo se alegrou ao ver Antonieta e não Charllote, teriamos mais tempo para conversar; sentamos em um canto tranquilo e perfeito pra um encontro discreto.
-Olá Marc! - Ele sorria alegremente parecia estar olhando prum anjo -Que bom que está aqui, achei que nunca mais a veria. Fiquei sabendo que você parte amanhã, e pra ser sincero ficarei com muitas saudades de você-. Ele havia se sentado na minha frente, eu apenas lhe fitava os olhos gentis e temerosamente tristes, sorri-lhe tímida e feliz por vê-lo.
-Oi senhor Henry, seu chef ainda faz aquele bolo de chocolate? -Ele acentiu que sim, olhei pra Antonieta- Está é Antonieta, minha amiga-. Ele apertou sua mão.
-Prazer em conhecê-la Antonieta; preferem chocolate quente ou suco? -. Sorrimos uma pra outra.
-Suco e chocolate quente-. Ele se levantou, fez uma pequena reverência e se foi pra dentro da cozinha; Antonieta olhava pra janela, pensei que estava procurando alguém mas, não; estava a observar um helicóptero que pousava em cima de um prédio, parecia hipnotizada com os movimentos daquela engenhosa máquina voadora.
-Antonieta- Ela se virou pra mim, sorri -Quer me acompanhar nas viagens? Ser minha protegida, até resolver fazer algo diferente, como pilotar aeronaves? -. Ela sorriu feliz com minha proposta, e balançou a cabeça que sim.
-Sim, mas e seus pais? Eles irão permitir? -. Sorri alegremente, finalmente conseguira uma companhia pra minha vida.
-Não se preocupe, eles irão permitir e Antonieta eu irei pagar tudo o que você precisar e quiser, peço apenas sua fidelidade e sua amizade, tudo bem Antonieta? -. Ela sorriu tão feliz que acabou me abraçando e eu a retribui.
-Muito obrigada Marc, serei sua fiel amiga, não importa o que aconteça eu nunca a trairei-. Sorri agradecida, agora serei um pouco mais feliz mas, ainda falta uma coisa.
-Depois iremos fazer compras-. Henry fez questão de nos servir; e como sempre o bolo estava ótimo, eu e Antonieta pareciamos duas crianças se divertindo sem a guarda dos pais. Quando haviamos acabado de comer nosso sublime lanche eu disse:
-Senhor Henry- Ele olhou-me triste pois já estavamos de partida -Irá sair hoje à noite? -. Ele sorriu, perecia estar lendo meus pensamentos.
-Não-. Sorri alegre e encantadoramente jovial.
-Quero convidá-lo para ir me visitar; meus pais estarão fora jantando e não quero ficar sozinha hoje a noite-. Ele segurou minha mão e sorridente a beijou.
-Será um prazer fazer-lhe companhia, a que horas devo estar lá? -. Antonieta apenas nos observava, parecia pensar enquanto nos olhava sorridente.
-Às nove horas, não se esqueça; até lá, então! -. Beijei seu rosto, ele não teve tempo pra mais nada pois, eu puxei Antonieta pra dentro do carro e o motorista se foi lentamente pela rua movimentada. Eu apenas o vi com a mão na bochecha, sorrindo e depois entrando no restaurante.
Nosso resto do dia fora tranquilo e animado, fizemos compras, contamos histórias de nossas vidas, Antonieta me contou que tem uma paixonite por homens de cinquenta anos, disse a ela que a ajudaria à arrumar um marido. A noite chegara rapidamente e eu fiquei nervosa; se Antonieta não tivesse me ajudado a me arrumar eu iria ficar parada na frente do espelho, apenas pensando em Henry. Charllote não perdeu tempo e levou Louis para o teatro.










10 de maio de 2012

Beijos apaixonantes - parte 7

É duas horas da madrugada e alguém está andando em frente a porta do meu quarto, parece indeciso em entrar ou não em meu quarto, sentei na cama e aguardei-o cheia de expectativa.
Cinco minutos se passaram e ele resolveu entrar, dessa vez ele não me parece calmo, mesmo no escuro, eu posso ver sua expressão. Louis se aproximou da minha cama e sentou na beirada dela, olhou-me sério, como se fosse um verdadeiro pai.
-O que ele queria com você? O que vocês fizeram enquanto não estávamos aqui? -. Ele está nervoso, mas não alterou a voz calma e aveludada que ele possui.
-Ele veio me ver, e nós apenas conversamos-.
-Não parece que aconteceu apenas isso, você estava nervosa quando ele estava indo embora, diga a verdade, o que aconteceu entre vocês? -. Eu abaixei a cabeça, não queria discutir com ele a respeito de Henry. Louis sentou na minha frente, fiquei com receio e excitação de acontecer o que acontecera na noite passada.
-Não aconteceu nada entre eu e Henry. Agora saia do meu quarto por favor! -. Ele sorriu não acreditando nas minhas palavras, mas nem eu mesma acredito nelas; ele logo ficou mais calmo me olhando, sempre gostou do meu olhar, enigmático e silencioso.
-Não consigo me afastar de você, não quero me afastar de você, Marc! -. Ele agarrou-me quando eu ia sair da cama e me puxou novamente para ela, me fazendo deitar, eu não sou forte, portanto nunca conseguiria fugir dele, mas talvez eu não queira. Ele colocou uma das pernas em cima das minhas belas pernas, e apoiado em seu cotovelo esquerdo me olhou nos olhos, ele está feliz e eu não quero estragar sua felicidade, na verdade quero aumenta-la mais, mesmo que ela seja torpe e imoral.
-Por que está fazendo isso comigo, papai? -. Enfatizei bem a palavra ''papai'' e ele sorriu, tirou uma mexa de cabelo que caíra em meu olho a colocando atrás de minha orelha, como é bom sentir seus dedos quentes em minha pele, isso me deixa corada e com vontade de ronronar como uma gata.
-Ainda não fiz nada a você, mas se eu fizer é por amor que eu estou fazendo, por amar você Marc! -. Virei o rosto satisfeita por me sentir amada, mas ele me forçou a olhar em seus belos olhos azuis, ele sorri como um adolescente ao encontrar a namorada e isso só faz meu ego crescer e minha expectativa também.
-Se me ama, me deixara dormir-. Ele continua sorrindo, só que com malicia no olhar, bem esse seu jeito está me tentando, mas eu não vou deixar transparecer em meu rosto, não quero dar-lhe o prazer de ganhar-me tão facilmente.
-Posso dormir um pouco com você? -. Ainda bem que ele não é meu marido, pois se eu fosse Charllote o mataria por se deitar com outra, mesmo que não vá acontecer nada.
-Com tanto que você me deixe deitar corretamente-. Ele fingiu pensar e balançou a cabeça que sim; tirou a perna das minhas, e ficou sentado me olhando deitar. Enfiei-me sobre os lençóis e ele se enfiou também, me puxou pela cintura e apertou-me carinhosamente contra seu corpo másculo e forte, seu calor misturou-se ao seu perfume caro e me deixou inebriada e excitada; se Charllote soubesse que tenho o amor de seu marido, me mataria quando ele estivesse longe.
-O que eu tenho que é tão melhor que Charllote? -.
-Você é pequena, linda e delicada, Charllote é bonita e tão auto-confiante que não me deixa falar, você eu posso proteger, ela tem a mãe para protege-la, você não grita comigo quando quer algo, ela se exalta quando não consegue o que quer; você é enigmática e misteriosa, Charllote publica sua vida todas as semanas nos jornais, você é perfeita sem querer e ela precisa de tudo pra se sentir perfeita, mas nunca vai conseguir! - Ele riu e eu deslizei de seus braços pra fora da cama, em um de meus muitos joguetes. Ele se sentou com medo que eu fugisse, fiquei em pé a fitar seus olhos que percorrem pelo meu corpo branco e frágil, mas já adulto para minha pouca idade. Meus olhos azuis brilham no escuro como os dele, ele sempre me encantara com sua máscula aparência, nunca tivera se quer um fio de cabelo branco, mesmo com um trabalho tão exaustivo e corriqueiro. E novamente ele ficara excitado por causa da minha camisola curta e quase transparente, que mostra muito mais do que deveria, mas eu a adoro por que ela é deste jeito.
-Deite ao meu lado Marc, está frio e você está com os pés descalços nesse chão, vai pegar um resfriado e ter que ficar com sua vó e eu não quero que isso aconteça! -. Ele estendeu a mão pra mim, em um convite libidinoso que me deixou extasiada, hesitei por alguns segundos em segurá-la de imediato, mas não quero ficar resfriada e ter que ir pra casa da mãe de Charllote, não mesmo, então a segurei e deixei ele me conduzir de volta para a cama, mas Louis não quer simplesmente dormir. Ele deitou-se sobre mim, mas não me reteve o ar, mas me deixou quente e nervosa ao sorrir alegremente excitado. Sim, eu já sinto seu membro duro roçar sobre minha fina camisola. Ele aproximou o lábio de meu pescoço e começou a beijá-lo suavemente, mas logo intensificou os beijos quentes e excitantes e eu não consegui segurar os gemidos roucos de puro deleite, ele parou de beijar meu pescoço e me olhou sorridente, sorri timidamente por estar gostando de seus atos, nada corretos para um pai adotivo.
Louis acariciou meu rosto com a ponta dos dedos e foi descendo-os pelo meu pescoço, deixando-me com a respiração acelerada; ele os desceu até meu seio, mas eu lhe segurei a mão, isso eu não deixaria ele fazer, ao menos ainda não.
-Se tentar fazer isso de novo, irei gritar! -. Ele me olhou ainda com seu olhar excitado.
-Se eu lhe tampar a boca ninguém irá ouvi-la! -. Me assustei e fingi que ia gritar, ele me beijou, sua língua invadiu minha boca, quente e sedenta, mas acabei mordendo seu lábio e ele se afastou rapidamente e sorrindo disse:
-Nunca irei machucá-la e não precisava me morder-. Ele riu ao fim da frase, fiquei séria e me levantei da cama, estou um pouquinho nervosa comigo mesma. Parei em frente a grande janela transparente do meu quarto.
Tudo é tão frio em minha vida, mas ao lado dele ela pode ser quente e agitada, mas mesmo assim eu ainda tenho receios, não quero acabar com o casamento de ninguém, portanto vou tentar parar antes que tudo dê errado.
-Saia do meu quarto! - Ele se aproximou, mas eu não virei -Não posso continuar e não vou. Charllote precisa de você mais do que eu e ela lhe ama como uma mulher. Esqueça-me e viva sua vida sem mim! -. Foi tão difícil pronunciar tais palavras, mas eu tive que dize-las. Ele está triste, posso ver isso no seu reflexo no vidro a minha frente. Talvez esteja se perguntando do por que deu estar fazendo isso com ele.
Vi através do reflexo no vidro, ele sair do meu quarto e fechar a porta, talvez não ouse tocar-me novamente e assim quem sabe eu não pare de me apaixonar.




7 de maio de 2012

Dois corações. Uma paixão. Eu - parte 6

Ouvi passos vindo em direção ao meu quarto, achei que era Charllote e não hesitei em sair da cama, aonde eu estava confortávelmente sentada lendo um livro de ciências. Abriu a porta, parecia que ia desistir de entrar mas, entrou; mesmo no escuro pude vê-lo em seu pijama cinza, seu perfume invadiu o ar do meu quarto e me deixou nervosa.
-Não se assuste querida, sou eu. Me desculpe invadir seu quarto sem permissão, é que Charllote, bom ela... -. Ele já havia se aproximado, e admirava minhas pernas nuas, pois eu estava apenas de calcinha e camisola curta.
-Eu sei. Eu não estou com roupas apropriadas pra lhe fazer companhia- Ele não havia prestado atenção no que eu disse pois, estava distraído olhando meu corpo, então apenas me cobri com o fino lençol de seda- Sente-se ou prefere ficar em pé? -. Ele sorriu e sentou perto de mim, mas não me encostou; depois pegou o livro do meu colo e leu a capa.
-Que intrometido eu sou, atrapalhei seu estudo- Ele riu e eu também -E então você gosta do Henry? Não tenho nada contra mas, ele é muito mais velho que você-. Ele não conseguia mais esconder o ciúme, sorri discretamente.
-Mas você também é-. Falei baixo, mas ele ouviu; me olhava com prazer, queria me tocar mas não sabia como.
-Dê-me sua mão-. Quando lhe estendi a mão direita, tive que me inclinar um pouquinho, deixando o lençol escorregar de meus seios cobertos apenas pela fina camisola quase transparente, deixando-o excitado e quente; ele a segurou e acariciou as costas da minha mão com os dedos, depois com o lábio, me fazendo tirar a mão da sua, ele não gostou da minha atitude e me segurou pela cintura, fiquei imóvel e deixei-lo me abraçar, aqueles braços fortes e grandes queriam me proteger. Ele beijou meu pescoço, gemi baixinho tentando conter a excitação.
-Não faça isso, Louis! -. Falei ao seu ouvido, ele afastou o rosto de meu pescoço e me olhou se sentindo culpado, soltou-me e cabisbaixa disse:
-Me perdoe Marc! Eu não deveria ter tocado em você, me perdoe, me perdoe-. Meus pensamentos corriam rapidamente, não me deixando ter conclusões exatas e respostas perfeitas. Eu simplismente disse:
-Vá dormir papai-. Ele me olhou arrependindo, levantou e foi pra porta, antes de sair ele disse:
-Boa noite, Marc-. Me ageitei na cama e adormeci.
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Antonieta me acordou às 8:00h com uma bandeja em mãos, colocada no mesmo lugar de sempre, dessa vez era o famoso bolo de chocolate, com tempero de canela e pimenta-doce. Coloquei um de meus vestidos mais simples, de cor azul-escura, me arrumei e fui pra biblioteca estudar Darwin ou o Darwinismo. Antonieta entrou na biblioteca, uma hora mais tarde, aproximou de mim e disse:
-Senhorita Marc, o senhor Henry veio vê-la! -. O que ele queria comigo? E onde estava Charllote?.
-Onde está minha mãe, Antonieta? -.
-Ela saiu bem cedo, mas não nos disse onde iria, disse apenas que voltaria às cinco horas da tarde-. Não é muito apropriado eu vê-lo sozinho mas, eu não podia mandar ele ir embora.
-Diga a ele para vir aqui, e Antonieta, você poderia me avisar quando Louis ou Charllote, chegarem na recepção? -. Eu apertava as mãos, estava um pouco ansiosa e nervosa.
-Claro, senhorita Marc; quer que eu traga um chá com bolinhos? -. Abri um lindo e agradecido sorriso pra ela.
-Obrigada Antonieta, é quero sim, e obrigada novamente-. Ela me sorriu e saiu, me sentei no sofá florido de dois lugares; ele entrou, fechando a porta com cuidado, se aproximou, olhei-o, ele sorria discreto.
-Sente-se -. Ele sentou ao meu lado, seu joelho apontava pra minhas pernas brancas e delicadas.
-Me desculpe por ter vindo sem seus pais estarem presentes, mas é que Louis disse que ficarão apenas uma semana aqui, então pensei em passar algum tempo com você, se você quiser, claro-. Ele me deixou acanhada com aqueles olhos, então desviei o olhar pro chão.
-Tudo bem- Tornei a olhar pra ele -Mas Charllote irá me colocar de castigo-. Apertei as mãos, não queria ficar de castigo novamente, ele colocou a mão sobre a minha, fazendo-me parar de apertá-las, e depois tirou.
-Não se preocupe, irei conversar com ela depois. Do que você gosta, Marc? -. Fiquei mais calma, e sorri timidamente.
-Eu gosto de ler, tocar piano, ir a concertos de ópera, andar descalço na praia, e também gosto de bolo de chocolate- Ele me observava atentamente -E você senhor Henry, do que gosta? -. Ele sorriu, não sei o que eu estava fazendo, conversando com ele a sós.
-Eu gosto de passear de madrugada, ir a bistrôs, desenhar pessoas em um velho caderno, e também estou gostando muito de você, senhorita Marc- Fiquei espantada, com os olhos fixos nos dele; ele segurou minhas mãos, eu estava imóvel, apenas à fitá-lo -É esquisito, admito, mas tem algo em você que me atrai e eu não consigo resistir; Marc diga algo, não fique apenas me olhando, fale comigo! -. Tirei minhas mãos da dele, o que eu faria, estava confusa e sem expressão alguma no rosto.
-Me desculpe senhor Henry, não sei o que lhe dizer-. Ele se aproximou mais, me deixando envergonhada, pousou a mão em meu ombro desnudo e o acariciou.
-Como você é linda Marc, queria tanto beijá-la, abraçá-la, chamá-la de minha querida Marc! -. Levantei do sofá, ele se levantou também, receava não ter minha presença naquele instante.
-O senhor não deveria ter esses desejos por mim. Se quiser continuar me visitando, será apenas como um amigo; e jamais será, mais que um amigo-. Ele se aproximou de mim, mas me afastei pra trás.
-Não sei se conseguirei me controlar, mas faço de tudo pra ficar perto de você! -. Bateram na porta e eu fui abri-la; Antonieta segurava uma bandeja, e sorria timidamente.
-Dê-me a bandeja, eu o sirvo, obrigada Antonieta! -. Sorri agradecida, ela me sorriu e fechou a porta; coloquei a bandeja na mesinha em frente ao sofá.
-Quer chá de camomila, senhor Henry? -. Ele balançou a cabeça que sim, me ajoelhei em frente a mesinha, ele não deixou de me olhar nem por um segundo, meus movimentos joviais e calmos o faziam sorrir, entreguei-lhe a xícara em um pires, e me servi.
-Aceita bolinho? -. Ele sorriu e pegou um bolinho. Sentei no sofá, suas palavras ainda flutuavam em meus pensamentos.
-Você já amou, senhor Henry? -. Ele me olhou um pouco surpreso, colocou a xícara na mesinha e girou seu corpo em minha direção.
-Sim, quando eu tinha 16 anos me apaixonei pela garota mais quieta da sala, e mais bonita também, você se parece muito com ela, em aspecto fisíco; mas ela se foi no nosso segundo ano de namoro, então estou só, desde aquele dia, o pior dia da minha vida eu diria- Ele me olhou com tristeza mas sorriu, fiquei fitando seu rosto -Mas agora encontrei você, minha amiga de nome masculino! -. Sorri timidamente pela última frase.
-Sinto muito. Pelo menos você teve sorte em amar alguém-. Ele olhou-me surpreso e sorriu.
-É eu tive mesmo sorte em amar, mas você também a terá, é apenas uma questão de tempo-. Ele sorriu.
-Quando eu me casar não será por amor, será apenas por um sobrenome de grande ênfase no mundo- Ele me olhou preocupado -Pelo menos é assim na família Momtriz, isto é algo que Charllote falava constantemente pra mim-. Havia uma pontada de raiva em seu olhar, mas ele percebeu que eu estava lhe observando e sorriu. Bateram na porta.
-Entre Antonieta-. Ela entrou e sem hesitar por Henry estar ali disse:
-O senhor Louis acaba de chegar e está perguntado por você senhorita Marc-. Já estavamos indo a seu encontro, eu apertava as mãos, estava com receio dele ficar zangado comigo.
-Olá Henry, pelo visto Marc lhe fez uma ótima companhia; toma um drink comigo? -. Louis me olhou por um momento, mas desviou os olhos pra Henry.
-Sinto em lhe dizer mas tenho que resolver alguns problemas no restaurante, fica pra outro dia quando o trabalho me der folga! -. Eles riram; Louis o acompanhou até a porta, nesse momento eu já estava indo pro meu quarto.





2 de maio de 2012

O nascer de um sentimento - parte 5

Finalmente amanheceu. Eu estava nervosa, não consegui escolher o que eu tocaria pra ele. Antonieta entrou com uma bandeja em mãos, e um sorriso discreto.
-Bom dia senhorita Farell! -. Ela colocou a bandeja em cima da mesinha de ferro branca, levantei pra olhar o que era; um delicioso pedaço de bolo e suco de abacaxi, sentei para devorar aquele delicioso café da manhã, ou suco.
-Bom dia Antonieta, o bolo está muito bom e o suco também. Minha mãe já acordou? -. Acabei de falar e ela entrou, estava arrumada pra sair.
-Espero que já tenha acabado de tomar café. Vá se arrumar, iremos fazer compras-. Sorri agradecida pra Antonieta e fui me arrumar.
Charllote comprou vestidos, jóias e sapatos; fomos ao cabeleireiro; pra mim aquilo não era divertido, mas pra ela era a melhor coisa do mundo. Voltamos pro apartamento cheias de sacolas e ainda tivemos que pedir ajuda ao motorista; Charllote mandou as camareiras arrumar as ''coisas'' e falou pra Antonieta arrumar as minhas sacolas, fui logo atrás dela, tinha apenas uma hora pra me arrumar, a sorte é que meu cabelo já estava preso em um coque, baixo e romântico. Procurei entre as dez sacolas iguais um vestido tomara-que-caia, curto de renda e seda de cor bege, muito feminino e delicado; Antonieta havia achado ele antes de mim e me entregou.
-Obrigada Antonieta! -. Corri pro banheiro pra me trocar, pois Antonieta estava arrumando minhas roupas novas no closet, sou tímida, ao contrário da mamãe que adora mostrar suas curvas.
Já arrumada, sentei na banqueta do piano e o abri, passei os dedos sobre as teclas brancas e negras, fazia seis meses que eu não tocava um; ela tinha me proibido, me tirou uma das poucas coisas que me alegrava.
-Venha querida, seu pai está chegando com Bernard-. Fechei o piano e fui pra junto dela; ela não ficou alegre com o vestido que eu estava usando, ela havia dito pra mim usar o vestido amarelo, mas não vou fazer sua vontade no dia do meu pequeno concerto. Eles entraram, contavam algum caso engraçado, pois sorriam alegres; Charllote logo tratou de colocar um sorriso no rosto, andou até Louis e lhe segurou o braço.
-Olá Charllote- Ela sorriu como um ''oi'', me aproximei um pouco mais, e deixei eles admirados -Oi senhorita Marc, você está muito bonita! -. Sorri envergonhada, pois Louis me olhava intesamente.
-Obrigado-.
-Bom, então que tal almoçarmos agora-. Louis ia falar algo mas ela o puxou pra grandiosa sala das refeições, sorte que Henry estava me contemplando. O almoço foi calmo, nada de interessante da parte de Charllote, ela se manteu mais serena; e eu me manti calada como sempre.
-Você ainda tocará pra mim, Marc? -. Já havíamos acabado de almoçar, então, sorri.
-Claro, siga-me por favor-. Ele sorriu-me; Charllote havia segurado Louis para que ele não viesse. Sentei no piano, Henry sentou no sofá; fiquei com certa vergonha, pois vi seu reflexo no piano negro, ele observa-va meu pescoço nu por causa do coque, depois descia e ficava a me fitar, detalhe por detalhe. Comecei a tocar uma de minhas composições, na verdade era a que eu mais gostava, um pouco melancólica, mas de ênfase agradável e efêmero vivaz. Foram quatro minutos de puro prazer; coloquei as mãos na banqueta onde eu estava sentada, meus dedos estavam cansados; ele sentou do meu lado e pousou a mão sobre a minha, fiquei arrepiada e tirei minha mão de seu toque, ele sorriu.
-Você toca tão perfeitamente, é encantador, você é encantadora, nunca pensei que eu conheceria uma pessoa como você, sorte a minha que pude conhecê-la! -. Ele era perfeito, me olhava com alegria, mas não me olhava como uma adolescente de corpo adulto, mas sim como uma mulher de corpo perfeito e sedutor; sorri timidamente lisonjeada.
-Obrigado, é eu também nunca pensei que conheceria... -.
-Alguém solteiro aos quarenta anos, com a aparência hostil? -. Sorri encantada.
-Sua aparência não é hostil, e eu ia dizer que ''nunca pensei que conheceria alguém que me considera-se adulta, e que fosse engraçado e charmoso-. Sorri acanhada, não sabia se deveria dizer aquilo; ele ficou me encarando gentilmente.
-Você me acha charmoso? -. Balancei a cabeça que sim e desviei o olhar alegre pro piano a nossa frente, ele me fitava carinhosamente.
-E por que você me acha charmoso? -. Voltei a olhar pra ele e disse:
-Seus olhos, me deixam encabulada e você é alegre, parece sempre estar de bem com o mundo-. Ele sorria, não sei bem explicar como, mas ele sorria e isso já bastava pra mim.
-Com sua licença, o senhor Louis está chamando você, senhor Bernard-. Ele sorriu-me e se foi; Charllote apareceu de repente, enquanto eu estava pensando no toque da mão de Henry, na minha.