Páginas de papel magnético...

3 de julho de 2012

Todo esplendor tem um lado obscuro - parte 11

Ela apertou minha mão, o medo  é evidente em seu rosto pálido meio arredondado e com sardas discretas. Lembro-me da vez em que fiz isso com Charllote (apertei sua mão), eu acabei de castigo, pois Louis não estava por perto pra intimida-la.
-Antonieta diga-me. Qual seu maior sonho? -. Tentei desviar sua atenção com uma pergunta banal, mas nada em seus nervos se distraíram com a minha pergunta, na verdade acho que apenas fiz com que ela apertasse mais a minha mão; que já está começando a ficar avermelhada.
-Todos os meus sonhos se perderam no tempo. E quais são os seus senhorita Farell? -. Sonhos? Indaguei a mim mesma, com uma pontada de surpresa. A muito tempo eu os tive, sonhos mágicos e românticos de amores eternos, com príncipes e castelos, a magia dos contos de fadas, tudo neles me alegravam, até mesmo as coisas maléficas, pois no final todas elas desapareciam e sempre tinham os finais felizes, sempre. Mas eu ainda tenho alguns sonhos aos quais eu consegui esconder, mas que me parecem impossíveis de se realizar. Mesmo para alguém tão rica como eu. Mas eu posso compartilhá-lo com Antonieta, pois não acho que isso me fará mal algum.
-Eu sonho em ser uma grande pianista para poder tocar naquelas grandiosas óperas! -. Antonieta depois de alguns segundo ainda segurando minha mão, sorriu mais aliviada e soltou minha mão, desviando o olhar pra fora do jatinho particular em que estamos; com certeza deve ter conseguido acalmar seu íntimo.
Não havia notado, mas Louis está sentado no banco atrás do nosso, enquanto Charllote está no último da fileira  do outro lado. Ele sorriu fingindo estar distraído com seu laptop, quando eu o observei pela lateral de minha poltrona.
Não tenho tanta certeza, mas acho que meu destino será trágico, cheio de desafios dos quais eu não sei se serei capaz de suportar ou superar, mas se eu cair permanecerei no chão, apenas pra não ver quem me derrubou.

-Meu deus! Como estou cansada, parece que ficamos voando por três dias, espero que não tenhamos nenhum encontro importante está noite, não irei nem arrastada! -. Charllote riu exageradamente, mostrando os dentes brancos e perfeitos,  com seu jeito de mulher elegante ao dizer que não irá nem arrastada. E ela nem parece exausta. Foram apenas quatro horas de voo e uma hora até chegar a nossa mansão de praia. Como Charllote adora dizer ''nada melhor do que nos afastar da riqueza poluída e urbanizada, e passar alguns dias na riqueza verde e límpida!''.
-Louis, querido, mamãe virá pra cá amanhã à noite e como você mesmo sabe ela não dorme sozinha, então cabe a mim dormir com ela, você terá que dormir no quarto de hóspedes da ala leste, os outros quartos eu estou mandando reformar, pois ao final do mês trarei alguns amigos pra cá e darei uma fantástica festa. Eles nunca irão se esquecer dessa magnífica festa! -. Louis me pareceu querer abrir um de seus especiais sorrisos de alegria, mas não o fez, apenas assentiu com a cabeça fingindo estar sério e depois me olhou de soslaio, com seus penetrantes olhos azuis.
Victoria Momtriz D'tryll. Amada e idolatrada por sua única filha. Charllote nunca a desobedeceu, pelo o que eu sei e também nunca a questionou, apenas seguiu suas regras e seus modos familiares de décadas atrás. Vovó Victoria, ela odeia ser chamada de vovó, ela diz que isso é pra quem tem netos e ela não me considera sua neta. Até por quê, uma distinta senhora de 51 anos, sem rugas, de corpo esbelto e roupas finas e de grifes, não precisa de uma neta que a chame de vovó sempre que a vê.

-E então Antonieta gostou do seu quarto? Se quiser podemos trocar-. Sugeri sutilmente, enquanto ela se maravilha com o quarto de móveis ingleses, grandes janelas transparentes, cortinas de seda branca e uma belíssima cama toda em mármore escuro do século 19, como mamãe havia me dito certa vez em quando estivemos aqui.
-É maravilhoso senhorita Marc, nunca consegui me imaginar dormindo em um quarto como este, é simplesmente magnífico! -. Antonieta sentou na cama e contemplou todo o esplendor a sua volta. Parece uma criança num parque de diversões. Sorri animada por tê-la como protegida e fiel amiga, mas isso eu ainda terei que comprovar.
-Antonieta se quiser comer alguma coisa é só ligar para a cozinha com o telefone ao lado da sua cama e fique a vontade minha mãe não irá lhe xingar. Bem, agora tenho que ir, vou descansar um pouco-. Ela segurou minhas mãos entre as suas e me agradeceu por tudo o que eu estou fazendo por ela, apenas assenti muito feliz por ela se sentir bem em meu mundo, depois sai calmamente de seu novo quarto.

Suspirei vagamente ao passar diante do quarto onde ele vai ficar, agora não irei ter tempo pra mais nada, até por que ''vendi'' meu corpo para um homem apaixonado e agora sou totalmente dele, mas ao menos ganhei o que eu queria.
-Marc! -. Voltei o olhar e o corpo pra ele, mais em sinal de respeito, do que qualquer outra coisa.
-Sim, papai? -. Só espero que não estejamos sozinhos nesta ala da mansão ou isso não acabará bem.
-Preciso conversar com você- Conversar? Mas o que temos pra conversar? E eu ainda pergunto! -Venha-. Ele apontou para seu quarto, cuja porta está bem aberta, voltei-me e entrei apenas por causa da promessa. Ele fechou a porta e a trancou, fiquei tensa de imediato, tenho que confessar que fui um pouquinho ingênua ao achar que ele queria apenas conversar. Mas no fundo eu sei o que ele quer.
-Parece que você se esqueceu do que eu te pedi, não é mesmo? -. Daria de tudo pra Charllote não estar em sua banheira cheia de pétalas de rosas da China e aromas exóticos da Índia pensando em como será sua ''inesquecível festa''.
-Por causa do cansaço devo ter me esquecido, o que era mesmo? -. Ele sorriu com ironia, pois sabe muito bem que eu estou mentindo, mas também sabe muito bem que eu não o quero, ao menos não neste momento.
-Trinta beijos onde eu quiser sempre que você me chamar de papai enquanto estivermos sozinhos-. Fixei o olhar no seu e não desviei. Ele começou a se aproximar de mim, seu olhar está cheio de paixão e sensualidade.
Suas mãos grandes e quentes apertaram carinhosamente minha fina cintura, me fazendo prender a respiração de expectativa; seu lábio deslizou pelo meu pescoço, deixando beijos quentes em minha pele sensível e arrepiada.
Arrepios me percorrem por todo meu corpo, me fazendo corar ainda mais de vergonha, pois agora sabendo o que, se eu deixar, pode acontecer me deixa um tanto aflita e ansiosa pelo desfecho.
Louis me deixou assustada ao pegar-me no colo e me deitar em sua cama, mas logo meu susto passou quando ele me olhou com tanta voracidade e excitação, talvez por minha beleza quase angelical e quase inocente de adolescente. Mas vamos combinar que minha idade é a última coisa na qual Louis está pensando neste momento. Aliás, eu prefiro que ele nem pense nisso, ou poderá ficar com a consciência pesada e eu não quero que isso aconteça.
-Querida Marc eu não aguento mais, eu quero... -. ''Que pena que não eu posso fugir, mas agora vendo-o tão excitado, eu talvez não queira mais fugir''.
-Tudo bem, Louis, você pode fazer o que quiser comigo, desde que não me machuque-. Minha voz saiu rouca, vacilante e ao mesmo tempo sedutora, fazendo-o sorrir maliciosamente e convicto de que, de alguma forma eu também o quero. Sorri com o canto do lábio como uma verdadeira Lolita excitada faria, ele não se conteve nem mais um segundo e me beijou apaixonadamente, como se quisesse me tirar o ar e foi o que ele conseguiu, mas eu me afastei para respirar. Não quero desmaiar com seu beijo tão sôfrego e insaciável, ao menos é isso o que ele me parece ser.
É fascinante como tudo nele almeja meu corpo, tudo nele se enrijece e se arrepia ao simples toque das minhas pequenas mãos quase inexperientes, ao contrário das suas mãos, que são rápidas e parecem saber exatamente como me despir, e o toque quente delas estão me excitando ardentemente. Jamais havia notado que Louis tem um corpo musculoso, muito bem definido e belamente jovial para sua idade, mas também eu jamais o vi sem roupas, não é mesmo? Quem me dera ter visto antes.
Como nunca havia visto um homem despido, acabei ruborizando de vergonha por estar totalmente excitada de curiosidade de continuar olhando, até tentei não olhar fixamente para o pênis de Louis, mas é hipnotizador, grande e parece ser duro, mas ao mesmo tempo macio. Acabei matando minha curiosidade ao tocar-lhe o membro duro e como eu havia imaginado macio. Louis segurou minha mão sobre seu pênis e começou a descer e a subir. Ele equilibrou-se na cama sem colocar o corpo sobre o meu, com  o braço esquerdo reto, encostado na cama, ao lado do meu ombro direito. Ele abriu a boca para respirar melhor, sua respiração acelerada e ofegante perto do meu rosto me deu a certeza de que ele está muito excitado, assim como eu.
-AHHH! Marc isso é tão MA-RA-VI-LHO-SO... Você é maravilhosa e somente minha!!! -. Louis tirou a mão de cima da minha e eu soltei seu pênis, para o tão esperado momento. Ele então me penetrou devagarzinho a princípio, (mesmo estando tão excitado) mas então acabou intensificando o movimento de entra e sai. Deixando-me em um misto de emoção e medo, pois agora eu sou de corpo e alma dele, não que isso seja ruim, mas é muito arriscado.
Mordi o dedo indicador na tentativa de não gemer, mas é impossível, até meus olhos parecem se revirar dentro das minhas órbitas de tanta excitação que eu estou sentido. É como se eu estivesse em chamas, mas nem mesmo a água pode apagar esse fogo tão intenso e eloquente que estou sentido.
Louis tirou meu dedo da minha boca e me beijou intensamente para que eu não grite alto demais, pois acho que ele sentiu que eu estou prestes a ter meu primeiro orgasmo e acho que ele também está prestes a ejacular em mim.
Quando isso aconteceu foi surpreendentemente esplêndido (ao menos para mim). Nossas respirações irregulares e ofegantes cessaram depois de alguns minutos de descanso e nossos olhares se fixaram intensamente, como se quisessem se afogar um no outro. Louis deu um largo sorriso de satisfação e alegria e se retirou de cima, mas continuou ao meu lado, se apoiando no cotovelo direito e segurando a cabeça, como uma criança admirando um objeto que pra si é realmente magnífico e sem igual. Mesmo eu não querendo admitir (o que eu raramente costumo fazer), não posso negar que, o que nos aconteceu foi muito especial e totalmente esplêndido.
-Posso ir pro meu quarto, Louis? -. Seu sorriso desapareceu tão rápido quanto apareceu. O desapontamento em seu olhar me fez engolir em seco e desviar o olhar do seu por alguns poucos segundos, mas então eu o fitei novamente, para ver se sua expressão mudara, mas não. Na verdade parece que ele está mais surpreso do que desapontado, o que de certa forma é bem melhor.
-Por que já quer fugir de mim? Não lhe machuquei, ou machuquei? -. Olhei para o teto amarelo e suspirei envergonhada comigo mesma, mas ao mesmo tempo muito feliz, de uma forma tão esquisita, que me sinto um pouco fora de mim.
-Não você não me machucou. É, que se quiser que isso aconteça de novo, irá deixar eu ir e mesmo que não deixe eu irei-. Levantei antes que ele pudesse pensar em me segurar.
Meu corpo nu mais se parece com uma luz neste quarto escuro, banhado apenas pelas luzes dos jardins laterais da mansão, que entram pelas frestas das cortinas meio  fechadas das janelas . Peguei minha roupa que estava sobre uma cadeira rústica de mogno e me vesti o mais rápido que pude e tentei não deixar transparecer meu nervosismo e meu meio sorriso satisfeito.
O olhei mais uma vez, ele não tentou me conter apenas ficou me olhando como um animalzinho abandonado pela dona; essa sua expressão me deixou meio surpresa e ao mesmo tempo contente, mas eu não me demorei olhando-o e sai.

Assim que coloquei os pés pra fora do quarto dele me pus a correr para o meu, sem deixar que minhas botas rasteiras façam barulho e chamem atenção. Como eu pude me entregar tão facilmente, tão futilmente? O pior é que de certa forma eu queria que aquilo acontecesse. Não, eu realmente queria que aquilo acontecesse, mas então por que eu me sinto tão mal por dentro?
Tranquei a porta do meu quarto assim que entrei e me deixei escorregar no chão de madeira. Fiquei encolhida no chão, com as mãos entorno da cabeça, chorando como uma criança perdida no meio da escuridão do meu próprio quarto. Deixei pela primeira vez em anos que minhas lágrimas escorram livremente pela minha face, mas eu ainda sim não consigo compreender o por que deu estar me sentindo tão mal, tão angustiada e vazia.





6 de junho de 2012

Eu não quebro meus acordos - parte 10

Bateram na porta do meu quarto. Antonieta abriu a porta e se deparou com Louis que fez um aceno de cabeça pra ela sair e ela se foi, mas antes de fechar a porta me lançou um olhar carinhoso e risonho.
Sentei na cama, para não dançar de alegria, pois meu coração está dançando um tango delirante; joguei-me pra trás no colchão macio e alto da minha cama de lençol floral e travesseiros de tons azuis. O calor do que eu quase fizera ainda percorre pelo meu corpo e mesmo eu estando um pouco triste por ele ter ido embora, uma alegria quer saltar do meu peito e rir como uma louca, pois definitivamente eu realmente não sou normal.
-O luar está tão esplêndido, não acha papai? -. Sorri-lhe tão feliz que o desapontamento que estava em seus olhos desaparecera, ele olhou pro céu através da grande janela e sorriu ao ver a lua.
-É está realmente esplêndido... Marc, diga-me a verdade, o que vocês fizeram enquanto estavam na biblioteca? -. Louis estava ansioso pela resposta, que até sentou-se ao meu lado, tratei logo de ficar sentada, mas não consegui esconder o calor excitado que ainda sinto.
-Nos apenas nos tocamos e, nos beijamos- Falei abaixando o olhar pro chão, para lembrar dos detalhes sórdidos e prazerosos -Nada mais aconteceu além disso-. Encarei-o e ele fixou os olhos em mim e suspirou aliviado, mas não sorriu como eu esperava.
-Por que ele pode tocá-la e eu não? O que ele tem que eu não tenho? Diga-me e eu darei um jeito de mudar! -. Ele me ama tanto assim? Para mudar? Mas, e Charllote? Ele talvez nem deve se lembrar que tem uma linda esposa o esperando acordada.
-Gosto do senhor Henry, talvez seja por isso que eu o deixei me tocar-. O triste olhar que ele me lançou, decepou toda alegria que eu estou sentido. Até por que ele ainda é meu pai adotivo e vê-lo triste por minha causa é tão ruim e sufocante.
-Marc o que tenho que fazer pra ter seu amor só pra mim? Não quero que ninguém mais a toque, quero você só pra mim! -. Ele me abraçou forte, mas de forma carinhosa, que me fez relaxar o corpo e apenas sentir seu calor e seu corpo de encontro ao meu, ele aproximou o rosto do meu e olhou em meus olhos ainda com aquela pergunta, então eu respondi:
-Quero levar Antonieta comigo nas viagens, pois ela agora é minha protegida. E quero que fale com mamãe sobre esse assunto-. Ele sorriu e continuou me abraçando carinhosamente que até parece ser um pai normal. O bom é que será fácil pra ele conseguir o que eu quero.
-Mesmo que Charllote não deixe, minha permissão vale mais que a dela, por isso poderá levar Antonieta em todas as nossas viagens. E como selamento do nosso acordo eu quero um beijo-. Desvencilhei-me de seus braços, ele meio que se assustou achando que eu fugiria, mas eu apenas fiz isso para ajoelhar em cima da cama bem na sua frente, para ficar mais confortável. Ele segurou meu delicado rosto redondo e pálido e beijou meu lábio ainda um pouco avermelhado pelos beijos de Henry; o acordo foi selado, mas ele desceu as mãos pelo meu pescoço, meu ombro e meus braços, até chegar a minha cintura. Ele agarrou-me pela cintura e fez-me sentar em sua masculinidade, já um pouco intumescida; olhei-o meio assustada, mas eu já fiz isso, então por que eu estou assustada? Por que fechei os olhos? Por que estou tão nervosa e envergonhada? Talvez seja pelo fato dele ser o único homem que eu conheço como meu pai, ou, eu simplesmente tenho uma personalidade dupla.
-Não feche as pálpebras Marc, deixe-me olhar nesse céu azul que são seus olhos e ver se, estão tão felizes quanto os meus! - Quando ele viu meus olhos percebeu que eu estou assustada, como uma criança perdida em meio a uma multidão. Louis sorriu meigamente para mim e me abraçou, permite-me abraçar ele também -Não fique assustada, querida Marc-. Há algo nesses olhos que me deixam calma e ao mesmo tempo ansiosa.
-Não se preocupe se estou feliz ou não, pois você já está me dando algo que eu quero, agora é minha vez de lhe dar tudo o que quiser de mim! -. Ele ia questionar-me, mas beijei-lhe o pescoço, fazendo-o engolir em seco e deixando-o mais excitado, posso vê-lo sorrindo e mordendo o lábio inferior, beijei novamente e ''algo'' se endurece, mais, no meio de suas pernas. Fitei-lhe os olhos azuis como os meus, estão alegres e brilhantes; beijei suavemente seus lábios e deixei me levar por suas mãos quentes e grandes, que me tiraram o vestido. Mas tudo que ele pretendia fazer comigo foi interrompido, pois Antonieta bateu na porta e disse:
-Desculpe-me senhorita Marc, mas a senhora Charllote está me perguntando onde está o senhor Louis, o que eu devo dizer a ela? -. Louis me olhou triste, mas ainda sorridente afagou o rosto no meio dos meus seios medianos, cobertos apenas pelo sutiã preto com arabescos dourados, levantei seu rosto e sorri-lhe docemente como uma boa filha normal faria.
-Quero que deixe-a feliz, deixando-a feliz eu também ficarei feliz, entendeu papai? -. Louis me olhou surpreso e triste, pois sabe que eu não gosto dele, não do modo como ele quer e a notícia de Charllote o estar procurando me deixou um pouco aliviada e mais sorridente, e ele notou isso logo que Antonieta anunciou, e está meio desapontado comigo, mas ainda há o nosso acordo e ele sabe que não irei quebrá-lo.
-Terei que entender de qualquer forma, não e mesmo? - Assenti que sim com um sorrisinho convencido no rosto -E por favor, não me chame mais de ''papai'' enquanto estivermos sozinhos ou isso lhe custará trinta beijos aonde eu quiser, entendeu? -. Ele sorri maliciosamente enquanto se ''endireita'', por assim dizer. Seus olhos ainda percorrem o meu corpo coberto apenas pelas roupas íntimas, mas ao invés deu observá-lo se arrumar, eu deitei corretamente na cama a espera do sono. Louis debruçou sobre a cama, aproximou o rosto do meu e sussurrou em meu ouvido:
-Eu te amo minha querida Marc! -. Suas palavras me soaram tão sinceras que eu quis olhar em seus olhos pra ver se estão mesmo falando a verdade. Virei-me e vi que realmente estão; sorri timidamente por isso. E antes dele ir, ele roubou-me um delicioso beijo, sorriu feliz e foi para seu quarto.

 

-Onde você estava? Bernard foi embora faz muito tempo, e você sumiu logo em seguida, como pode me deixar aqui, plantada te esperando? -. Tirei o terno, os sapatos e respirei fundo para não falar de modo grosseiro com Charllote.
-Eu estava tomando uns drinks na adega, me desculpe Charllote, só quis ficar um pouco sozinho-. Ela me encarou séria, meio em dúvida, mas depois entrou no seu closet e começou a se despir com a porta aberta; eu posso jurar que Charllote parece uma deusa, com os cabelos castanhos escuros caindo-lhe sobre as costas nuas, a pele com um suave e natural bronzeado e seu perfume delirante que até me fez fechar os olhos de desejo. As curvas perfeitas daquele corpo quente que a muito tempo me fizeram sucumbir de paixão e devaneios sexuais, mas agora apenas me deixam perplexo e confuso. Charllote é um modelo de esposa perfeita, mas talvez isso a faça ser mais fria comigo. Ela pode até me amar muito como disse Marc, mas eu não consigo mais amá-la, desde que perdera nosso primeiro filho.
Ela percebeu meu olhar admirador e sorriu, sabe que ainda tem um certo controle sobre mim, mas o está perdendo para Marc, para minha doce Marc Farell. Ahhh! Como eu gostaria de estar sozinho no mundo apenas com Marc aconchegada em meus braços a sorrir feliz, mas ela ainda teme Charllote, sabe que não é certo roubar o marido de outra mulher, ainda mais quando esta é Charllote, mas não a nada, nem ninguém que me faça mudar o que sinto por Marc.
Charllote até tentou me seduzir naquela noite, mas fingi estar cansado e dormi pensando em Marc.




20 de maio de 2012

Primeiro presente - parte 9

Um minuto pra nove horas, meu peito pula com as batidas desenfreadas do meu coração; bateram na porta e Antonieta foi atender; o que eu ia fazer com ele, não disse que era um jantar ou coisa do tipo, disse apenas que não queria ficar sozinha, e agora?.
-Boa noite senhorita Marc! - Fiquei imóvel na frente dele, não consegui sorrir direito e ele riu -Espero que não se importe mas, comprei um presente pra você! -. Ele me comprou delicadas luvas de renda bege, perfeitas eu diria, sorri feliz com o belo presente.
-Muito obrigado senhor Henry, eu as adorei! Podemos conversar na biblioteca? -. Ele sorriu e me seguiu até lá; tranquei a porta e ele não percebeu. Sentamos no sofá, ele estava calmo, apenas me olhava risonho, então ele disse:
-Não consigo acreditar que você irá embora amanhã; sentirei tantas saudades de você, Marc- Ele estava triste, me olhava com medo da nova perda- Por que não me visitou depois daquele dia em que estive aqui? -. Desviei o olhar pra janela, sorri sem notar que ele me observava atentamente.
-Tive que estudar muito e minha mãe me levou a alguns desfiles, então fiquei sem tempo, me desculpe-. Ele ainda me olhava, espero que tenha acreditado, não vou contar a verdade, nunca.
-E quando você partir, como posso me comunicar com você, Marc? -. Olhei pra ele, nunca tive um celular, não posso dar o número do nosso próximo hotel e se Louis atendesse.
-Me dê o número do seu celular e do restaurante! Prometo ligar sempre que eu tiver um tempo livre-. Ele sorriu animado, sorri tímida; dei-lhe um papel e ele escreveu seu número.
-Pena que não serei beijado quando você desligar- Sorrimos, ele não se esquecera, que bom -Me desculpe dizer isso, mas não suporto a ideia de ter você longe de mim- Ele segurou minhas mãos, fiquei tensa e minhas bochechas coraram, pois as senti quentes -Acho melhor eu não fazer isso, se não ficarei sem suas ligações, o que já seria muito triste pra mim-. Ele soltou minhas mãos; algo em mim o queria, e agora.
-Eu o quero... Senhor Henry... Agora, antes deu ir embora amanhã -. Falei nervosa e as palavras saíram fracas, mas ele ouviu, e sorriu.
-Posso tocá-la? -. Balancei a cabeça que sim; ele acariciou meu pescoço suavemente, repousou a mão em meu queixo e puxou-me calmamente para si; seu lábio tocou no meu, ele estava quente, fiquei arrepiada e afastei-me dele, ele sorriu pra mim.
-Marc eu quero você; quero seu corpo, seu cheiro, seu âmago!!! -. Sorri discretamente e ele percebeu, levantou meu queixo, fazendo-me olhar naqueles olhos sedutores e engraçados. Eu não sei por que, mas eu queria mais, queria ao menos uma vez.
-Posso brincar com você? -. Minha pergunta soou meio desajeitada, mas ele sorriu que sim. Sentei em sua virilidade, ele passou a mão em minhas pernas dobradas ao lado de seus quadris; beijei seu pescoço, meus suaves lábios o deixaram excitado, beijei novamente e senti algo ficar rígido no meio das pernas dele, sorri sem ele ver e lhe beijei o lábio, aquilo ficou grande, ele passou os braços em volta da minha cintura e me apertou gentilmente, eu o havia deixado excitado e aquilo também me deixava excitada, pois estava roçando minha calcinha, ele me movimentou e eu gemi em seu ouvido, deixei-o mais excitado ainda, sua respiração ficou alterada e ele riu baixinho, mas eu pude ouvir.
-Por que Marc? Por que faz isso com um homem que não sabe quando à vera novamente? -. Olhei em seus olhos, estavam alegres, mas receavam me deixar, sorri alegremente.
-Quero deixar-lhe feliz uma última vez, tudo bem? Sei que é esquisito, mas gosto de você, senhor Henry! -. Henry parecia que ia explodir de felicidade e eu também, ainda sentia aquilo roçar-me; ele me beijou novamente, depois beijou meu pescoço, eu gemia baixinho e minha respiração ofegante o fazia sorrir. Discretamente abri o botão da sua calça, depois o zíper; ele me olhou um pouco surpreso, uma garota da minha idade não deveria saber dessas coisas, mas Charllote me ensinou o suficiente pra deixar um homem feliz.
-Marc, você é apenas uma garota, não sei se devo fazer isso com você-. Sorri sedutora e sai de cima dele, na frente dele tirei as ankle boots, as meias, e depois o vestido; ele ficou surpreso com meu corpo já adulto, de uma perfeita mulher em uma delicada jovem. Sentei nele e comecei a desabotoar sua blusa social branca, ele passou as mãos em minha cintura, me deixando quente e ele mais excitado, eu sorria alegre e ele apenas me observava; para um homem de quarenta anos ele estava muito em forma, deve ir a academia diariamente.
-Tem certeza de que quer fazer isso Marc? Não quero que se arrependa depois-. Sorri perfeitamente decidida.
-Nunca me arrependerei de fazer isso com você! -. Ele sorriu, como se algo dentro dele houvesse se emocionado com minhas doces palavras. Ela batia na porta rapidamente, o sinal.
-Obrigada Antonieta! - Vesti o vestido- Eles chegaram!!! -Nos arrumamos e saímos da biblioteca.
-Olá Henry! Marc faça-nos o favor de ir para seu quarto- Olhei pra Henry que sorriu, então eu fui, levando junto Antonieta- Charllote você também, quero conversar a sós com Bernard- Ela olhou-me com raiva e foi para nosso quarto- Por que Henry? Poderia ter escolhido qualquer uma no mundo, mas por que Marc? -. Henry não teve coragem de me encarar, e quem teria?.
-Não consegui controlar meus sentimentos, ela se parece tanto com Victoria! -.
-Sinto muito mas ela não é Victoria, e nunca será; então trate de esquecê-la e nunca mais procurá-la!!!-. Se Charllote ouvisse, tudo estaria acabado. Estou furioso, como minha pequena e amada Marc pode fazer isso? Como?. Henry apenas me olhou com raiva e tristeza, e foi embora, só espero que seja pra sempre.





Me acompanhe, pra sempre... - parte 8

Louis não conseguia demonstrar mais alegria e Charllote estava se exaltando cada vez mais com ele, mas ao invés de vir ao meu encontro depois das brigas, ia se esconder na biblioteca pois sabia que ela não entrava lá, nem arrastada.
-Mamãe posso visitar o senhor Henry, no restaurante? -. Fiquei em pé, enquanto ela estava sentada confortávelmente em uma das cadeiras da grandiosa varanda; ela me olhou por cima dos óculos e com seu atraente sorriso felino disse:
-Leve Antonieta com você, ela agora é sua ama, e como estamos de partida amanhã, eu e Louis iremos ao teatro e depois iremos jantar em algum restaurante fino e novo, chegaremos um pouco tarde, se quiser convidar Henry para lhe fazer companhia, tem minha permissão e não conte a Louis, tudo bem querida? -. Ela me sorria, mas apenas por que iria sair com Louis e não me levaria junto e concerteza ela iria seduzi-lo e leva-lo a outro hotel.
-Obrigada mamãe, e não irei contar nada ao papai. Posso ir agora, vê-lo? -. Ela acentiu que sim e sorriu, sorri-lhe alegremente e sai a procura de Antonieta, que estava na cozinha e se surpreendeu com minha ida até ela. Disse-lhe que era minha ama e que iria comigo até o restaurante, mas não iria como minha ama, iria como minha amiga e se quisesse poderia pegar um de meus vestidos pra ela, já que ela tinha apenas roupas de camareira, ela aceitou com um belo sorriso.
Fiquei nervosa quando a limousine parou em frente ao restaurante, não parecia haver muitas pessoas, o que seria bom, mas e se ele não estivesse? Antonieta pediu ao motorista que nos esperasse perto dali, e me olhou como se perguntasse ''Vamos?'', era uma pergunta simples, mas de diferentes resultados. Entramos, logo vi ele, estava vestido perfeitamente para o dia lindo que estava fazendo, meu coração batia forte; Antonieta me conduzia calmamente por entre as mesas; ele nos viu e ficou surpreso, mas logo se alegrou ao ver Antonieta e não Charllote, teriamos mais tempo para conversar; sentamos em um canto tranquilo e perfeito pra um encontro discreto.
-Olá Marc! - Ele sorria alegremente parecia estar olhando prum anjo -Que bom que está aqui, achei que nunca mais a veria. Fiquei sabendo que você parte amanhã, e pra ser sincero ficarei com muitas saudades de você-. Ele havia se sentado na minha frente, eu apenas lhe fitava os olhos gentis e temerosamente tristes, sorri-lhe tímida e feliz por vê-lo.
-Oi senhor Henry, seu chef ainda faz aquele bolo de chocolate? -Ele acentiu que sim, olhei pra Antonieta- Está é Antonieta, minha amiga-. Ele apertou sua mão.
-Prazer em conhecê-la Antonieta; preferem chocolate quente ou suco? -. Sorrimos uma pra outra.
-Suco e chocolate quente-. Ele se levantou, fez uma pequena reverência e se foi pra dentro da cozinha; Antonieta olhava pra janela, pensei que estava procurando alguém mas, não; estava a observar um helicóptero que pousava em cima de um prédio, parecia hipnotizada com os movimentos daquela engenhosa máquina voadora.
-Antonieta- Ela se virou pra mim, sorri -Quer me acompanhar nas viagens? Ser minha protegida, até resolver fazer algo diferente, como pilotar aeronaves? -. Ela sorriu feliz com minha proposta, e balançou a cabeça que sim.
-Sim, mas e seus pais? Eles irão permitir? -. Sorri alegremente, finalmente conseguira uma companhia pra minha vida.
-Não se preocupe, eles irão permitir e Antonieta eu irei pagar tudo o que você precisar e quiser, peço apenas sua fidelidade e sua amizade, tudo bem Antonieta? -. Ela sorriu tão feliz que acabou me abraçando e eu a retribui.
-Muito obrigada Marc, serei sua fiel amiga, não importa o que aconteça eu nunca a trairei-. Sorri agradecida, agora serei um pouco mais feliz mas, ainda falta uma coisa.
-Depois iremos fazer compras-. Henry fez questão de nos servir; e como sempre o bolo estava ótimo, eu e Antonieta pareciamos duas crianças se divertindo sem a guarda dos pais. Quando haviamos acabado de comer nosso sublime lanche eu disse:
-Senhor Henry- Ele olhou-me triste pois já estavamos de partida -Irá sair hoje à noite? -. Ele sorriu, perecia estar lendo meus pensamentos.
-Não-. Sorri alegre e encantadoramente jovial.
-Quero convidá-lo para ir me visitar; meus pais estarão fora jantando e não quero ficar sozinha hoje a noite-. Ele segurou minha mão e sorridente a beijou.
-Será um prazer fazer-lhe companhia, a que horas devo estar lá? -. Antonieta apenas nos observava, parecia pensar enquanto nos olhava sorridente.
-Às nove horas, não se esqueça; até lá, então! -. Beijei seu rosto, ele não teve tempo pra mais nada pois, eu puxei Antonieta pra dentro do carro e o motorista se foi lentamente pela rua movimentada. Eu apenas o vi com a mão na bochecha, sorrindo e depois entrando no restaurante.
Nosso resto do dia fora tranquilo e animado, fizemos compras, contamos histórias de nossas vidas, Antonieta me contou que tem uma paixonite por homens de cinquenta anos, disse a ela que a ajudaria à arrumar um marido. A noite chegara rapidamente e eu fiquei nervosa; se Antonieta não tivesse me ajudado a me arrumar eu iria ficar parada na frente do espelho, apenas pensando em Henry. Charllote não perdeu tempo e levou Louis para o teatro.










10 de maio de 2012

Beijos apaixonantes - parte 7

É duas horas da madrugada e alguém está andando em frente a porta do meu quarto, parece indeciso em entrar ou não em meu quarto, sentei na cama e aguardei-o cheia de expectativa.
Cinco minutos se passaram e ele resolveu entrar, dessa vez ele não me parece calmo, mesmo no escuro, eu posso ver sua expressão. Louis se aproximou da minha cama e sentou na beirada dela, olhou-me sério, como se fosse um verdadeiro pai.
-O que ele queria com você? O que vocês fizeram enquanto não estávamos aqui? -. Ele está nervoso, mas não alterou a voz calma e aveludada que ele possui.
-Ele veio me ver, e nós apenas conversamos-.
-Não parece que aconteceu apenas isso, você estava nervosa quando ele estava indo embora, diga a verdade, o que aconteceu entre vocês? -. Eu abaixei a cabeça, não queria discutir com ele a respeito de Henry. Louis sentou na minha frente, fiquei com receio e excitação de acontecer o que acontecera na noite passada.
-Não aconteceu nada entre eu e Henry. Agora saia do meu quarto por favor! -. Ele sorriu não acreditando nas minhas palavras, mas nem eu mesma acredito nelas; ele logo ficou mais calmo me olhando, sempre gostou do meu olhar, enigmático e silencioso.
-Não consigo me afastar de você, não quero me afastar de você, Marc! -. Ele agarrou-me quando eu ia sair da cama e me puxou novamente para ela, me fazendo deitar, eu não sou forte, portanto nunca conseguiria fugir dele, mas talvez eu não queira. Ele colocou uma das pernas em cima das minhas belas pernas, e apoiado em seu cotovelo esquerdo me olhou nos olhos, ele está feliz e eu não quero estragar sua felicidade, na verdade quero aumenta-la mais, mesmo que ela seja torpe e imoral.
-Por que está fazendo isso comigo, papai? -. Enfatizei bem a palavra ''papai'' e ele sorriu, tirou uma mexa de cabelo que caíra em meu olho a colocando atrás de minha orelha, como é bom sentir seus dedos quentes em minha pele, isso me deixa corada e com vontade de ronronar como uma gata.
-Ainda não fiz nada a você, mas se eu fizer é por amor que eu estou fazendo, por amar você Marc! -. Virei o rosto satisfeita por me sentir amada, mas ele me forçou a olhar em seus belos olhos azuis, ele sorri como um adolescente ao encontrar a namorada e isso só faz meu ego crescer e minha expectativa também.
-Se me ama, me deixara dormir-. Ele continua sorrindo, só que com malicia no olhar, bem esse seu jeito está me tentando, mas eu não vou deixar transparecer em meu rosto, não quero dar-lhe o prazer de ganhar-me tão facilmente.
-Posso dormir um pouco com você? -. Ainda bem que ele não é meu marido, pois se eu fosse Charllote o mataria por se deitar com outra, mesmo que não vá acontecer nada.
-Com tanto que você me deixe deitar corretamente-. Ele fingiu pensar e balançou a cabeça que sim; tirou a perna das minhas, e ficou sentado me olhando deitar. Enfiei-me sobre os lençóis e ele se enfiou também, me puxou pela cintura e apertou-me carinhosamente contra seu corpo másculo e forte, seu calor misturou-se ao seu perfume caro e me deixou inebriada e excitada; se Charllote soubesse que tenho o amor de seu marido, me mataria quando ele estivesse longe.
-O que eu tenho que é tão melhor que Charllote? -.
-Você é pequena, linda e delicada, Charllote é bonita e tão auto-confiante que não me deixa falar, você eu posso proteger, ela tem a mãe para protege-la, você não grita comigo quando quer algo, ela se exalta quando não consegue o que quer; você é enigmática e misteriosa, Charllote publica sua vida todas as semanas nos jornais, você é perfeita sem querer e ela precisa de tudo pra se sentir perfeita, mas nunca vai conseguir! - Ele riu e eu deslizei de seus braços pra fora da cama, em um de meus muitos joguetes. Ele se sentou com medo que eu fugisse, fiquei em pé a fitar seus olhos que percorrem pelo meu corpo branco e frágil, mas já adulto para minha pouca idade. Meus olhos azuis brilham no escuro como os dele, ele sempre me encantara com sua máscula aparência, nunca tivera se quer um fio de cabelo branco, mesmo com um trabalho tão exaustivo e corriqueiro. E novamente ele ficara excitado por causa da minha camisola curta e quase transparente, que mostra muito mais do que deveria, mas eu a adoro por que ela é deste jeito.
-Deite ao meu lado Marc, está frio e você está com os pés descalços nesse chão, vai pegar um resfriado e ter que ficar com sua vó e eu não quero que isso aconteça! -. Ele estendeu a mão pra mim, em um convite libidinoso que me deixou extasiada, hesitei por alguns segundos em segurá-la de imediato, mas não quero ficar resfriada e ter que ir pra casa da mãe de Charllote, não mesmo, então a segurei e deixei ele me conduzir de volta para a cama, mas Louis não quer simplesmente dormir. Ele deitou-se sobre mim, mas não me reteve o ar, mas me deixou quente e nervosa ao sorrir alegremente excitado. Sim, eu já sinto seu membro duro roçar sobre minha fina camisola. Ele aproximou o lábio de meu pescoço e começou a beijá-lo suavemente, mas logo intensificou os beijos quentes e excitantes e eu não consegui segurar os gemidos roucos de puro deleite, ele parou de beijar meu pescoço e me olhou sorridente, sorri timidamente por estar gostando de seus atos, nada corretos para um pai adotivo.
Louis acariciou meu rosto com a ponta dos dedos e foi descendo-os pelo meu pescoço, deixando-me com a respiração acelerada; ele os desceu até meu seio, mas eu lhe segurei a mão, isso eu não deixaria ele fazer, ao menos ainda não.
-Se tentar fazer isso de novo, irei gritar! -. Ele me olhou ainda com seu olhar excitado.
-Se eu lhe tampar a boca ninguém irá ouvi-la! -. Me assustei e fingi que ia gritar, ele me beijou, sua língua invadiu minha boca, quente e sedenta, mas acabei mordendo seu lábio e ele se afastou rapidamente e sorrindo disse:
-Nunca irei machucá-la e não precisava me morder-. Ele riu ao fim da frase, fiquei séria e me levantei da cama, estou um pouquinho nervosa comigo mesma. Parei em frente a grande janela transparente do meu quarto.
Tudo é tão frio em minha vida, mas ao lado dele ela pode ser quente e agitada, mas mesmo assim eu ainda tenho receios, não quero acabar com o casamento de ninguém, portanto vou tentar parar antes que tudo dê errado.
-Saia do meu quarto! - Ele se aproximou, mas eu não virei -Não posso continuar e não vou. Charllote precisa de você mais do que eu e ela lhe ama como uma mulher. Esqueça-me e viva sua vida sem mim! -. Foi tão difícil pronunciar tais palavras, mas eu tive que dize-las. Ele está triste, posso ver isso no seu reflexo no vidro a minha frente. Talvez esteja se perguntando do por que deu estar fazendo isso com ele.
Vi através do reflexo no vidro, ele sair do meu quarto e fechar a porta, talvez não ouse tocar-me novamente e assim quem sabe eu não pare de me apaixonar.




7 de maio de 2012

Dois corações. Uma paixão. Eu - parte 6

Ouvi passos vindo em direção ao meu quarto, achei que era Charllote e não hesitei em sair da cama, aonde eu estava confortávelmente sentada lendo um livro de ciências. Abriu a porta, parecia que ia desistir de entrar mas, entrou; mesmo no escuro pude vê-lo em seu pijama cinza, seu perfume invadiu o ar do meu quarto e me deixou nervosa.
-Não se assuste querida, sou eu. Me desculpe invadir seu quarto sem permissão, é que Charllote, bom ela... -. Ele já havia se aproximado, e admirava minhas pernas nuas, pois eu estava apenas de calcinha e camisola curta.
-Eu sei. Eu não estou com roupas apropriadas pra lhe fazer companhia- Ele não havia prestado atenção no que eu disse pois, estava distraído olhando meu corpo, então apenas me cobri com o fino lençol de seda- Sente-se ou prefere ficar em pé? -. Ele sorriu e sentou perto de mim, mas não me encostou; depois pegou o livro do meu colo e leu a capa.
-Que intrometido eu sou, atrapalhei seu estudo- Ele riu e eu também -E então você gosta do Henry? Não tenho nada contra mas, ele é muito mais velho que você-. Ele não conseguia mais esconder o ciúme, sorri discretamente.
-Mas você também é-. Falei baixo, mas ele ouviu; me olhava com prazer, queria me tocar mas não sabia como.
-Dê-me sua mão-. Quando lhe estendi a mão direita, tive que me inclinar um pouquinho, deixando o lençol escorregar de meus seios cobertos apenas pela fina camisola quase transparente, deixando-o excitado e quente; ele a segurou e acariciou as costas da minha mão com os dedos, depois com o lábio, me fazendo tirar a mão da sua, ele não gostou da minha atitude e me segurou pela cintura, fiquei imóvel e deixei-lo me abraçar, aqueles braços fortes e grandes queriam me proteger. Ele beijou meu pescoço, gemi baixinho tentando conter a excitação.
-Não faça isso, Louis! -. Falei ao seu ouvido, ele afastou o rosto de meu pescoço e me olhou se sentindo culpado, soltou-me e cabisbaixa disse:
-Me perdoe Marc! Eu não deveria ter tocado em você, me perdoe, me perdoe-. Meus pensamentos corriam rapidamente, não me deixando ter conclusões exatas e respostas perfeitas. Eu simplismente disse:
-Vá dormir papai-. Ele me olhou arrependindo, levantou e foi pra porta, antes de sair ele disse:
-Boa noite, Marc-. Me ageitei na cama e adormeci.
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Antonieta me acordou às 8:00h com uma bandeja em mãos, colocada no mesmo lugar de sempre, dessa vez era o famoso bolo de chocolate, com tempero de canela e pimenta-doce. Coloquei um de meus vestidos mais simples, de cor azul-escura, me arrumei e fui pra biblioteca estudar Darwin ou o Darwinismo. Antonieta entrou na biblioteca, uma hora mais tarde, aproximou de mim e disse:
-Senhorita Marc, o senhor Henry veio vê-la! -. O que ele queria comigo? E onde estava Charllote?.
-Onde está minha mãe, Antonieta? -.
-Ela saiu bem cedo, mas não nos disse onde iria, disse apenas que voltaria às cinco horas da tarde-. Não é muito apropriado eu vê-lo sozinho mas, eu não podia mandar ele ir embora.
-Diga a ele para vir aqui, e Antonieta, você poderia me avisar quando Louis ou Charllote, chegarem na recepção? -. Eu apertava as mãos, estava um pouco ansiosa e nervosa.
-Claro, senhorita Marc; quer que eu traga um chá com bolinhos? -. Abri um lindo e agradecido sorriso pra ela.
-Obrigada Antonieta, é quero sim, e obrigada novamente-. Ela me sorriu e saiu, me sentei no sofá florido de dois lugares; ele entrou, fechando a porta com cuidado, se aproximou, olhei-o, ele sorria discreto.
-Sente-se -. Ele sentou ao meu lado, seu joelho apontava pra minhas pernas brancas e delicadas.
-Me desculpe por ter vindo sem seus pais estarem presentes, mas é que Louis disse que ficarão apenas uma semana aqui, então pensei em passar algum tempo com você, se você quiser, claro-. Ele me deixou acanhada com aqueles olhos, então desviei o olhar pro chão.
-Tudo bem- Tornei a olhar pra ele -Mas Charllote irá me colocar de castigo-. Apertei as mãos, não queria ficar de castigo novamente, ele colocou a mão sobre a minha, fazendo-me parar de apertá-las, e depois tirou.
-Não se preocupe, irei conversar com ela depois. Do que você gosta, Marc? -. Fiquei mais calma, e sorri timidamente.
-Eu gosto de ler, tocar piano, ir a concertos de ópera, andar descalço na praia, e também gosto de bolo de chocolate- Ele me observava atentamente -E você senhor Henry, do que gosta? -. Ele sorriu, não sei o que eu estava fazendo, conversando com ele a sós.
-Eu gosto de passear de madrugada, ir a bistrôs, desenhar pessoas em um velho caderno, e também estou gostando muito de você, senhorita Marc- Fiquei espantada, com os olhos fixos nos dele; ele segurou minhas mãos, eu estava imóvel, apenas à fitá-lo -É esquisito, admito, mas tem algo em você que me atrai e eu não consigo resistir; Marc diga algo, não fique apenas me olhando, fale comigo! -. Tirei minhas mãos da dele, o que eu faria, estava confusa e sem expressão alguma no rosto.
-Me desculpe senhor Henry, não sei o que lhe dizer-. Ele se aproximou mais, me deixando envergonhada, pousou a mão em meu ombro desnudo e o acariciou.
-Como você é linda Marc, queria tanto beijá-la, abraçá-la, chamá-la de minha querida Marc! -. Levantei do sofá, ele se levantou também, receava não ter minha presença naquele instante.
-O senhor não deveria ter esses desejos por mim. Se quiser continuar me visitando, será apenas como um amigo; e jamais será, mais que um amigo-. Ele se aproximou de mim, mas me afastei pra trás.
-Não sei se conseguirei me controlar, mas faço de tudo pra ficar perto de você! -. Bateram na porta e eu fui abri-la; Antonieta segurava uma bandeja, e sorria timidamente.
-Dê-me a bandeja, eu o sirvo, obrigada Antonieta! -. Sorri agradecida, ela me sorriu e fechou a porta; coloquei a bandeja na mesinha em frente ao sofá.
-Quer chá de camomila, senhor Henry? -. Ele balançou a cabeça que sim, me ajoelhei em frente a mesinha, ele não deixou de me olhar nem por um segundo, meus movimentos joviais e calmos o faziam sorrir, entreguei-lhe a xícara em um pires, e me servi.
-Aceita bolinho? -. Ele sorriu e pegou um bolinho. Sentei no sofá, suas palavras ainda flutuavam em meus pensamentos.
-Você já amou, senhor Henry? -. Ele me olhou um pouco surpreso, colocou a xícara na mesinha e girou seu corpo em minha direção.
-Sim, quando eu tinha 16 anos me apaixonei pela garota mais quieta da sala, e mais bonita também, você se parece muito com ela, em aspecto fisíco; mas ela se foi no nosso segundo ano de namoro, então estou só, desde aquele dia, o pior dia da minha vida eu diria- Ele me olhou com tristeza mas sorriu, fiquei fitando seu rosto -Mas agora encontrei você, minha amiga de nome masculino! -. Sorri timidamente pela última frase.
-Sinto muito. Pelo menos você teve sorte em amar alguém-. Ele olhou-me surpreso e sorriu.
-É eu tive mesmo sorte em amar, mas você também a terá, é apenas uma questão de tempo-. Ele sorriu.
-Quando eu me casar não será por amor, será apenas por um sobrenome de grande ênfase no mundo- Ele me olhou preocupado -Pelo menos é assim na família Momtriz, isto é algo que Charllote falava constantemente pra mim-. Havia uma pontada de raiva em seu olhar, mas ele percebeu que eu estava lhe observando e sorriu. Bateram na porta.
-Entre Antonieta-. Ela entrou e sem hesitar por Henry estar ali disse:
-O senhor Louis acaba de chegar e está perguntado por você senhorita Marc-. Já estavamos indo a seu encontro, eu apertava as mãos, estava com receio dele ficar zangado comigo.
-Olá Henry, pelo visto Marc lhe fez uma ótima companhia; toma um drink comigo? -. Louis me olhou por um momento, mas desviou os olhos pra Henry.
-Sinto em lhe dizer mas tenho que resolver alguns problemas no restaurante, fica pra outro dia quando o trabalho me der folga! -. Eles riram; Louis o acompanhou até a porta, nesse momento eu já estava indo pro meu quarto.





2 de maio de 2012

O nascer de um sentimento - parte 5

Finalmente amanheceu. Eu estava nervosa, não consegui escolher o que eu tocaria pra ele. Antonieta entrou com uma bandeja em mãos, e um sorriso discreto.
-Bom dia senhorita Farell! -. Ela colocou a bandeja em cima da mesinha de ferro branca, levantei pra olhar o que era; um delicioso pedaço de bolo e suco de abacaxi, sentei para devorar aquele delicioso café da manhã, ou suco.
-Bom dia Antonieta, o bolo está muito bom e o suco também. Minha mãe já acordou? -. Acabei de falar e ela entrou, estava arrumada pra sair.
-Espero que já tenha acabado de tomar café. Vá se arrumar, iremos fazer compras-. Sorri agradecida pra Antonieta e fui me arrumar.
Charllote comprou vestidos, jóias e sapatos; fomos ao cabeleireiro; pra mim aquilo não era divertido, mas pra ela era a melhor coisa do mundo. Voltamos pro apartamento cheias de sacolas e ainda tivemos que pedir ajuda ao motorista; Charllote mandou as camareiras arrumar as ''coisas'' e falou pra Antonieta arrumar as minhas sacolas, fui logo atrás dela, tinha apenas uma hora pra me arrumar, a sorte é que meu cabelo já estava preso em um coque, baixo e romântico. Procurei entre as dez sacolas iguais um vestido tomara-que-caia, curto de renda e seda de cor bege, muito feminino e delicado; Antonieta havia achado ele antes de mim e me entregou.
-Obrigada Antonieta! -. Corri pro banheiro pra me trocar, pois Antonieta estava arrumando minhas roupas novas no closet, sou tímida, ao contrário da mamãe que adora mostrar suas curvas.
Já arrumada, sentei na banqueta do piano e o abri, passei os dedos sobre as teclas brancas e negras, fazia seis meses que eu não tocava um; ela tinha me proibido, me tirou uma das poucas coisas que me alegrava.
-Venha querida, seu pai está chegando com Bernard-. Fechei o piano e fui pra junto dela; ela não ficou alegre com o vestido que eu estava usando, ela havia dito pra mim usar o vestido amarelo, mas não vou fazer sua vontade no dia do meu pequeno concerto. Eles entraram, contavam algum caso engraçado, pois sorriam alegres; Charllote logo tratou de colocar um sorriso no rosto, andou até Louis e lhe segurou o braço.
-Olá Charllote- Ela sorriu como um ''oi'', me aproximei um pouco mais, e deixei eles admirados -Oi senhorita Marc, você está muito bonita! -. Sorri envergonhada, pois Louis me olhava intesamente.
-Obrigado-.
-Bom, então que tal almoçarmos agora-. Louis ia falar algo mas ela o puxou pra grandiosa sala das refeições, sorte que Henry estava me contemplando. O almoço foi calmo, nada de interessante da parte de Charllote, ela se manteu mais serena; e eu me manti calada como sempre.
-Você ainda tocará pra mim, Marc? -. Já havíamos acabado de almoçar, então, sorri.
-Claro, siga-me por favor-. Ele sorriu-me; Charllote havia segurado Louis para que ele não viesse. Sentei no piano, Henry sentou no sofá; fiquei com certa vergonha, pois vi seu reflexo no piano negro, ele observa-va meu pescoço nu por causa do coque, depois descia e ficava a me fitar, detalhe por detalhe. Comecei a tocar uma de minhas composições, na verdade era a que eu mais gostava, um pouco melancólica, mas de ênfase agradável e efêmero vivaz. Foram quatro minutos de puro prazer; coloquei as mãos na banqueta onde eu estava sentada, meus dedos estavam cansados; ele sentou do meu lado e pousou a mão sobre a minha, fiquei arrepiada e tirei minha mão de seu toque, ele sorriu.
-Você toca tão perfeitamente, é encantador, você é encantadora, nunca pensei que eu conheceria uma pessoa como você, sorte a minha que pude conhecê-la! -. Ele era perfeito, me olhava com alegria, mas não me olhava como uma adolescente de corpo adulto, mas sim como uma mulher de corpo perfeito e sedutor; sorri timidamente lisonjeada.
-Obrigado, é eu também nunca pensei que conheceria... -.
-Alguém solteiro aos quarenta anos, com a aparência hostil? -. Sorri encantada.
-Sua aparência não é hostil, e eu ia dizer que ''nunca pensei que conheceria alguém que me considera-se adulta, e que fosse engraçado e charmoso-. Sorri acanhada, não sabia se deveria dizer aquilo; ele ficou me encarando gentilmente.
-Você me acha charmoso? -. Balancei a cabeça que sim e desviei o olhar alegre pro piano a nossa frente, ele me fitava carinhosamente.
-E por que você me acha charmoso? -. Voltei a olhar pra ele e disse:
-Seus olhos, me deixam encabulada e você é alegre, parece sempre estar de bem com o mundo-. Ele sorria, não sei bem explicar como, mas ele sorria e isso já bastava pra mim.
-Com sua licença, o senhor Louis está chamando você, senhor Bernard-. Ele sorriu-me e se foi; Charllote apareceu de repente, enquanto eu estava pensando no toque da mão de Henry, na minha.




29 de abril de 2012

Henry Bernard - parte 4

O belo restaurante estava cheio de gente, mas por sorte tinhamos uma mesa reservada quase que no centro daquele belissímo lugar. Tudo naquele lugar brilhava, desde os talheres de prata aos azulejos rosados com detalhes azuis. Sentamos. Mamãe estava se sentido muito feliz, ela adora lugares luxuosos como aquele, e ela adora estar com o luxo em si, pelo menos é o que diz seu vestido floral da dior, seus brincos de diamante e o colar também de diamante com sáfiras ornamentando com os brincos; Louis também estava impecável naquela blusa social azul-escura, que combinava perfeitamente com a calça de cor preta. -Olá meu velho amigo, você continua jovem como sempre- Havíamos nos levantado para cumprimentar aquela figura de homem charmoso e engraçado -Então é você, a famosa Marc Farell; seu pai tem toda a razão de dizer que você é a garota mais linda da terra!- Charllote não gostou muito do comentário dirigido a mim e não a ela, mas continuou sorrindo -Podem me chamar de Henry ou se preferirem Bernard. Não quero atrapalhar a refeição de vocês, então é melhor eu ir! -.
-Por que não se senta, assim podemos colocar os negócios em dia-. Eles riram, a única que não estava gostando muito daquilo era Charllote. Henry se sentou ao meu lado e chamou o garçom; ele deveria ter uns 40 anos, seu porte jovial e atleta me chamou a atenção, tinha olhos sedutores e engraçados. O garçom colocou vinho para os adultos, e quando ele foi colocar na minha taça.
-Ela não pode, beber vinho, traga um suco de morango-. Ele logo se foi. Henry me olhava constantemente, ele queria conversar comigo, mas percebeu que Charllote responderia por mim. Logo o jantar foi servido, não sei o que era, mas era muito bom; Charllote sempre dava um jeito de se enfiar na conversa deles, mesmo não entendendo metade do que diziam, não me contive e ri baixinho, Henry logo me olhou.
-Não deve estar entendendo nada, não é mesmo? - Apenas lhe fitei os olhos pretos -Louis me disse que você toca piano, e toca muito bem. Tocaria pra mim algum dia desses? -. Essa Charllote não podia responder, mas sinceramente eu preferia que ela responde-se, ela me ensinou apenas a ficar calada, o que eu diria.
-Sim-. Ele sorriu, Louis me olhava discretamente, pude perceber uma pontada de ciúme em seu sorriso.
-Você poderia almoçar com a gente amanhã, se não tiver outros compromissos, claro-. Charllote já havia arquitetado todo plano pro nosso encontro, eu não deveria chamar de encontro, é mais um pequeno concerto de piano, pra uma pessoa, apenas.
-Que sorte a minha, não tenho nenhum compromisso amanhã- Ele me olhou feliz -Quem sabe você não me ensine a tocar. E então senhorita Marc, qual será sua profissão daqui alguns anos? -. Cruzei as mãos em cima da perna, ele percebeu meu nervosismo.
-Não pensei nisso, ainda- E por que pensaria no futuro, se eu não tenho nem o agora -O senhor tem família? -. Charllote arregalou os olhos, Louis apenas sorriu discreto, fiquei olhando diretamente pra ele, queria saber se era casado, mas não posso perguntar desse jeito.
-Bom, eu não sou casado e não tenho nenhum filho -Talvez seja sorte, mas não sorri -O que você gostaria de comer pra sobremesa? -. Ele me olhou com tanto introsamento que acabei sorrindo timidamente.
-Escolha você-.
-Você gosta de bolo, Marc? -. Balancei a cabeça que sim, ele chamou o garçom e disse o nome de um bolo, não sei qual era, meus pais pediram o mesmo. O garçom logo trouxe o bolo; fiquei encantada com a decoração do prato, um jardim chinês resplandecente; o bolo estava uma delícia, era de chocolate, mas tinha um pouco de tempero de canela e pimenta-doce, o que o deixava com um gosto exótico e excitante.
-Nos vemos amanhã, às 11:00h, não se esqueça! -. Disse Charllote a Henry antes de entrar na limusine; dessa vez não sentei no meio deles, debrucei na janela e fiquei pensando no que eu iria tocar pra ele.




28 de abril de 2012

Amizade - parte 3

O apartamento era espaçoso, suas paredes brancas e os detalhes dourados, me lembravam os grandes salões da família Momtriz; os móveis vitorianos, combinando com as cortinas e os legítimos quadros de Claude Monet, tudo tinha cara de museu, antigo e muito bem conservado. Fui levada a um dos quartos, por uma jovem camareira que me sorria discretamente; ela abriu a porta e se afastou, entrei deixando a mala no chão, perto de uma cômoda de mogno, tirei os sapatos e os alinhei perto da cama. A jovem camareira pegou minha mala e a colocou em cima da banqueta branca do closet, ela ia abri-lá quando eu disse:
-Não precisa fazer isso-. Me pus entre ela e a mala de cor vinho.
-Mas... -. Sorri-lhe gentilmente.
-Não se preocupe, minha mãe não a demitirá por isso. Vamos levante-se! -Ela se levantou e entrelaçou as mãos nas costas, e sorriu-me grata -A quanto tempo você trabalha aqui? -. Saimos do closet, sentei em uma cadeira e fiz menção que ela se sentasse na outra.
-Eu trabalho aqui desde os dez anos de idade-. Seu porte era de alguém com uns 23 anos, ela devia ter perdido metade de sua juventude, seus cabelos ruivos me pareciam pouco cuidado por baixo da toca bege, que os cobria quase por inteiro, seus belos olhos esverdeados não me olhava nos olhos.
-E seu nome é? -.
-Antonieta- Ela tirou um relógio de dentro do avental preto e se levantou -Com sua licença senhorita Marc-. Sorri-lhe, ela se foi fechando a porta atrás de si. Fui tomar outro banho, pra depois receber a cabeleireira que Charllote havia me arrumado, pelo menos dessa vez eu não iria ficar com os cabelos castanhos.
-Querida, a senhora Mery já está aqui! -. Sentei em frente a penteadeira.
-Entrem-. Charllote havia trago com sigo Antonieta; Mery colocou sua maleta em cima da penteadeira, tirou uma escova e uma tesoura que brilhou de tão afiada.
-E então senhorita Farell, aonde eu devo cortar? -. Mal abri a boca pra falar e Charllote disse:
-Corte um pouco abaixo do nivel do ombro, e depois faça com que o cabelo dela fique mais encaracolado, assim irá ficar perfeito! - Mery olhou pra mim, sorri como um sim -Volto daqui a pouco, também tenho que me arrumar! -. Charllote pousou a mão no ombro de Mery, me olhou e depois saiu. Mery logo começou a cortar meu cabelo, pareciam folhas de outono caindo. Fiquei sentada na cadeira depois que Mery foi embora, Antonieta estava recolhendo meu cabelo, debruçei sobre a penteadeira e fiquei olhando Antonieta se enfiar embaixo dela, pra pegar os meus louros cabelos.
-Tire a cabeça da penteadeira- Levamos um susto, eu e Antonieta, que continuou de olhos fixos no chão a pegar o resto do cabelo -Venha, vou escolher um vestido pra você-. Entramos no closet, ela ficou mexendo nos cabides que seguravam os vestidos, tirou dois e os segurou na altura do ombro.
-Qual deles?- Apontei pro vestido vermelho com detalhes dourados -É este fica melhor em você, boa escolha, agora vá se trocar! -. Ela saiu, concerteza foi escolher o sapato que eu usaria; quando sai, ela estava segurando minhas ankle boots favoritas, mas ela não sabia disso.
-Vamos logo com isso, só temos meia hora-. Tratei logo de colocar o sapato e me arrumar, quando sai do quarto Antonieta ascenou pra mim, sorri alegre.


25 de abril de 2012

Ela não gosta mais de mim - parte 2

Chegamos a mais um aeroporto, a mais um país, a mais um diferente mundo.
Charllote sempre mantia o sorriso no lábio fino e felino. Olhava pra todos os lados, ansiosa estava, a procura de Louis; quando ela o encontrou distraído olhando os aviões pela vitrine transparente, parecia ter até se emocionado; há apenas três dias que não o viamos.
-Louis!-. Ele se virou, sorridente; abraçou Charllote e lhe deu um beijo na bochecha, ela esperava mais dele, mas apenas sorriu educadamente. Aproximei dele com um sorriso educado, ele me puxou pelos ombros e me abraçou carinhosamente, ele estava quente e cheiroso, me senti terrivelmente atraída; me soltei dele antes que Charllote me puxa-se.
-Hoje iremos jantar no restaurante de um amigo meu, espero que não estejam exaustas da viagem, adoraria apresentá-las a ele! -. Ele havia olhado primeiramente pra Charllote, mas virou o olhar pra mim, um olhar discreto e misterioso, bastou isso pra ela ficar atenta e enciumada.
-Bom então vamos; quero estar esplêndida está noite! -. Ela agarrou o braço de Louis, como se recea-se perde-lo, e o puxou, desviando seu olhar, de mim, pra ela. Eu estava atrás deles, cabis baixa; Charllote falava sem parar do encontro que teve com a baronesa de sei lá da onde, e de vez em quando me olhava, como se falasse com os olhos ''Fique bem calada, não quero ouvir nem um suspiro!''. Eu me perguntava se alguma vez depois dos meus dez anos ela gostou de mim; sim, pois quando eu era mal formada e mal informada, ela só tinha olhos pra mim, me mimava, me adorava como uma verdadeira mãe. Mas quando eu tinha onze anos, nas férias de outono, passada na casa de campo em Bellarus, acabei totalmente com suas relações íntimas com papai, tendo pesadelos e sonhos esquisitos; quem ia me socorrer era ele, sempre tão atensioso e amável comigo, às vezes ela se zangava e gritava com ele, mas ele se distanciava e vinha ao meu encontro, fazendo-a se trancar e se calar em seu quarto.
Uma grande limusine prata estava parada a minha frente, o motorista pegou minha mala; Charllote já estava acomodada lá dentro, Louis encostou a mão em meu ombro desnudo, sua mão quente e gentil apertou-me.
-Vamos? -. Acenti que sim e entrei. Sentei no meio dos dois; Charllote falava com vovó no celular tentando ser o mais silenciosa, para nos não ouvirmos; Louis encostou o joelho no meu e sorriu; o que ele queria? Sempre havia algo escondido por trás de seus gestos.
-E então Farell como forão esses três dias sozinha com sua mãe? -. Fiquei tensa, e figindo sorrir disse:
-Bom, forão um pouco cansativos-.
-Pra mim forão agradáveis, nada melhor do que fazer compras em Paris... -. Ela continuou a falar das suas adoráveis compras, ele ainda me olhava, parecia sentir a mesma coisa que eu, nossas vozes sempre seriam um nada perto da de Charllote, mas por que ela o amava tanto, se sempre lhe tratava com inferioridade; eu não entendia, e por que ele ainda continuava com ela, tinha respeito e fidelidade com Charllote, mas não parecia amá-la, nem se quer demonstrava seus sentimentos.









                                                                                              

22 de abril de 2012

Marcos Greigor - parte 1

Ela abriu as cortinas; sentei na cama com os olhos quase abertos, ainda estava com sono de noites antepassadas; bocejei calmamente.
-Bom dia Marc. Levante-se querida, o vôo sai daqui a uma hora- Levantei, arrumei o cabelo pra trás, ela olhava pro meu longo cabelo -Deve cortar o cabelo, está grande demais! -. Virei em direção a Charllote, seus olhos cinzentos me ordenavam dizer sim.
-Papai gosta dele longo-. Ela riu.
-Mas eu não, e nem sua vó-. Ela me olhava, às vezes tinha inveja de mim, isso transparecia em seus olhos quando estamos juntas de Louis.
-Posso pelo menos escolher o cabeleireiro? Não quero ficar com os cabelos castanhos, como daquela vez -. Ela havia pedido ao cabeleireiro que pintasse meu cabelo de castanho, pra ficar parecida com ela, mas quando papai viu meu cabelo daquela cor, quase perdeu a educação para com a mamãe, e me fez ir novamente no cabeleireiro para descolori-lo. Ela apertou as mãos uma contra outra.
-Pode, mas eu irei junto. Agora vá tomar um banho, estamos perdendo tempo-. Sorri feliz, e fui pro banheiro.
Acabei de tomar banho e sai; lá estava ela, arrumando minha mala, escolhendo as roupas que lhe agradava; ela adorava fazer compras em minha companhia, ir a desfiles; festas de gala eram suas paixões.
-Vamos rápido ou iremos perder o vôo-. O motorista guardou minha mala, entrei, sentei-me no banco da frente, queria evitar discutir com Charllote. Chegamos ao aeroporto, havia pessoas de todas as nacionalidades andando de cá a lá, esperando seus aviões chegarem ou alguém.
-Me espere aqui Farell, irei comprar as passagens!-. Charllote sumiu no meio daquela gente. Lá estava eu, a garotinha perfeita, segurando a mala de cor vinho escura, meus olhos passeavam pelas vitrines claras do aeroporto; alguém esbarrou em mim, estava lendo, pois seu livro parou na minha frente, peguei o livro e virei pra devolvê-lo. Um belo rapaz me sorria envergonhado, ajeitou os óculos, aparentava 17 anos, mais alto que eu, de cabelos castanhos claros e olhos castanhos-esverdeados.
-Desculpe-me, aqui está seu livro-. Ele pegou o livro de minha mão, e ainda sorrindo tímido disse:
-Perdoe-me eu estava distraído lendo e... - Fiquei encarando ele gentilmente -Esbarrei em você e peço mil desculpas, sou atrapalhado sempre, e essas coisas são um pouco rotineiras comigo, bom sou Marcos Greigor e seu nome é? -. Ele havia estendido a mão, apertei-a rapidamente e disse:
-Muito prazer sou Marc Farell Skaywell Momtriz-. Ele sorriu, estava se perguntando por que o nome masculino em alguém tão feminina.
-Foi um prazer conhecer você também, mas agora tenho que ir, prometo não me esquecer de seu nome! -. Ele foi pra junto de sua turma, virou-se e me ascenou, sorri-lhe pois, Charllote já estava perto.
-Vamos Marc, o avião já está quase decolando-. Então fomos apressadas para o avião, que só estava nos esperando; a primeira classe estava vazia, apenas alguns dorminhocos e duas senhorinhas conversavam sorridentes, sentamos mais pro final. Fiquei imaginando se algum dia voltaria a ver Marcos Greigor.