Páginas de papel magnético...

7 de maio de 2012

Dois corações. Uma paixão. Eu - parte 6

Ouvi passos vindo em direção ao meu quarto, achei que era Charllote e não hesitei em sair da cama, aonde eu estava confortávelmente sentada lendo um livro de ciências. Abriu a porta, parecia que ia desistir de entrar mas, entrou; mesmo no escuro pude vê-lo em seu pijama cinza, seu perfume invadiu o ar do meu quarto e me deixou nervosa.
-Não se assuste querida, sou eu. Me desculpe invadir seu quarto sem permissão, é que Charllote, bom ela... -. Ele já havia se aproximado, e admirava minhas pernas nuas, pois eu estava apenas de calcinha e camisola curta.
-Eu sei. Eu não estou com roupas apropriadas pra lhe fazer companhia- Ele não havia prestado atenção no que eu disse pois, estava distraído olhando meu corpo, então apenas me cobri com o fino lençol de seda- Sente-se ou prefere ficar em pé? -. Ele sorriu e sentou perto de mim, mas não me encostou; depois pegou o livro do meu colo e leu a capa.
-Que intrometido eu sou, atrapalhei seu estudo- Ele riu e eu também -E então você gosta do Henry? Não tenho nada contra mas, ele é muito mais velho que você-. Ele não conseguia mais esconder o ciúme, sorri discretamente.
-Mas você também é-. Falei baixo, mas ele ouviu; me olhava com prazer, queria me tocar mas não sabia como.
-Dê-me sua mão-. Quando lhe estendi a mão direita, tive que me inclinar um pouquinho, deixando o lençol escorregar de meus seios cobertos apenas pela fina camisola quase transparente, deixando-o excitado e quente; ele a segurou e acariciou as costas da minha mão com os dedos, depois com o lábio, me fazendo tirar a mão da sua, ele não gostou da minha atitude e me segurou pela cintura, fiquei imóvel e deixei-lo me abraçar, aqueles braços fortes e grandes queriam me proteger. Ele beijou meu pescoço, gemi baixinho tentando conter a excitação.
-Não faça isso, Louis! -. Falei ao seu ouvido, ele afastou o rosto de meu pescoço e me olhou se sentindo culpado, soltou-me e cabisbaixa disse:
-Me perdoe Marc! Eu não deveria ter tocado em você, me perdoe, me perdoe-. Meus pensamentos corriam rapidamente, não me deixando ter conclusões exatas e respostas perfeitas. Eu simplismente disse:
-Vá dormir papai-. Ele me olhou arrependindo, levantou e foi pra porta, antes de sair ele disse:
-Boa noite, Marc-. Me ageitei na cama e adormeci.
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Antonieta me acordou às 8:00h com uma bandeja em mãos, colocada no mesmo lugar de sempre, dessa vez era o famoso bolo de chocolate, com tempero de canela e pimenta-doce. Coloquei um de meus vestidos mais simples, de cor azul-escura, me arrumei e fui pra biblioteca estudar Darwin ou o Darwinismo. Antonieta entrou na biblioteca, uma hora mais tarde, aproximou de mim e disse:
-Senhorita Marc, o senhor Henry veio vê-la! -. O que ele queria comigo? E onde estava Charllote?.
-Onde está minha mãe, Antonieta? -.
-Ela saiu bem cedo, mas não nos disse onde iria, disse apenas que voltaria às cinco horas da tarde-. Não é muito apropriado eu vê-lo sozinho mas, eu não podia mandar ele ir embora.
-Diga a ele para vir aqui, e Antonieta, você poderia me avisar quando Louis ou Charllote, chegarem na recepção? -. Eu apertava as mãos, estava um pouco ansiosa e nervosa.
-Claro, senhorita Marc; quer que eu traga um chá com bolinhos? -. Abri um lindo e agradecido sorriso pra ela.
-Obrigada Antonieta, é quero sim, e obrigada novamente-. Ela me sorriu e saiu, me sentei no sofá florido de dois lugares; ele entrou, fechando a porta com cuidado, se aproximou, olhei-o, ele sorria discreto.
-Sente-se -. Ele sentou ao meu lado, seu joelho apontava pra minhas pernas brancas e delicadas.
-Me desculpe por ter vindo sem seus pais estarem presentes, mas é que Louis disse que ficarão apenas uma semana aqui, então pensei em passar algum tempo com você, se você quiser, claro-. Ele me deixou acanhada com aqueles olhos, então desviei o olhar pro chão.
-Tudo bem- Tornei a olhar pra ele -Mas Charllote irá me colocar de castigo-. Apertei as mãos, não queria ficar de castigo novamente, ele colocou a mão sobre a minha, fazendo-me parar de apertá-las, e depois tirou.
-Não se preocupe, irei conversar com ela depois. Do que você gosta, Marc? -. Fiquei mais calma, e sorri timidamente.
-Eu gosto de ler, tocar piano, ir a concertos de ópera, andar descalço na praia, e também gosto de bolo de chocolate- Ele me observava atentamente -E você senhor Henry, do que gosta? -. Ele sorriu, não sei o que eu estava fazendo, conversando com ele a sós.
-Eu gosto de passear de madrugada, ir a bistrôs, desenhar pessoas em um velho caderno, e também estou gostando muito de você, senhorita Marc- Fiquei espantada, com os olhos fixos nos dele; ele segurou minhas mãos, eu estava imóvel, apenas à fitá-lo -É esquisito, admito, mas tem algo em você que me atrai e eu não consigo resistir; Marc diga algo, não fique apenas me olhando, fale comigo! -. Tirei minhas mãos da dele, o que eu faria, estava confusa e sem expressão alguma no rosto.
-Me desculpe senhor Henry, não sei o que lhe dizer-. Ele se aproximou mais, me deixando envergonhada, pousou a mão em meu ombro desnudo e o acariciou.
-Como você é linda Marc, queria tanto beijá-la, abraçá-la, chamá-la de minha querida Marc! -. Levantei do sofá, ele se levantou também, receava não ter minha presença naquele instante.
-O senhor não deveria ter esses desejos por mim. Se quiser continuar me visitando, será apenas como um amigo; e jamais será, mais que um amigo-. Ele se aproximou de mim, mas me afastei pra trás.
-Não sei se conseguirei me controlar, mas faço de tudo pra ficar perto de você! -. Bateram na porta e eu fui abri-la; Antonieta segurava uma bandeja, e sorria timidamente.
-Dê-me a bandeja, eu o sirvo, obrigada Antonieta! -. Sorri agradecida, ela me sorriu e fechou a porta; coloquei a bandeja na mesinha em frente ao sofá.
-Quer chá de camomila, senhor Henry? -. Ele balançou a cabeça que sim, me ajoelhei em frente a mesinha, ele não deixou de me olhar nem por um segundo, meus movimentos joviais e calmos o faziam sorrir, entreguei-lhe a xícara em um pires, e me servi.
-Aceita bolinho? -. Ele sorriu e pegou um bolinho. Sentei no sofá, suas palavras ainda flutuavam em meus pensamentos.
-Você já amou, senhor Henry? -. Ele me olhou um pouco surpreso, colocou a xícara na mesinha e girou seu corpo em minha direção.
-Sim, quando eu tinha 16 anos me apaixonei pela garota mais quieta da sala, e mais bonita também, você se parece muito com ela, em aspecto fisíco; mas ela se foi no nosso segundo ano de namoro, então estou só, desde aquele dia, o pior dia da minha vida eu diria- Ele me olhou com tristeza mas sorriu, fiquei fitando seu rosto -Mas agora encontrei você, minha amiga de nome masculino! -. Sorri timidamente pela última frase.
-Sinto muito. Pelo menos você teve sorte em amar alguém-. Ele olhou-me surpreso e sorriu.
-É eu tive mesmo sorte em amar, mas você também a terá, é apenas uma questão de tempo-. Ele sorriu.
-Quando eu me casar não será por amor, será apenas por um sobrenome de grande ênfase no mundo- Ele me olhou preocupado -Pelo menos é assim na família Momtriz, isto é algo que Charllote falava constantemente pra mim-. Havia uma pontada de raiva em seu olhar, mas ele percebeu que eu estava lhe observando e sorriu. Bateram na porta.
-Entre Antonieta-. Ela entrou e sem hesitar por Henry estar ali disse:
-O senhor Louis acaba de chegar e está perguntado por você senhorita Marc-. Já estavamos indo a seu encontro, eu apertava as mãos, estava com receio dele ficar zangado comigo.
-Olá Henry, pelo visto Marc lhe fez uma ótima companhia; toma um drink comigo? -. Louis me olhou por um momento, mas desviou os olhos pra Henry.
-Sinto em lhe dizer mas tenho que resolver alguns problemas no restaurante, fica pra outro dia quando o trabalho me der folga! -. Eles riram; Louis o acompanhou até a porta, nesse momento eu já estava indo pro meu quarto.





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